A CSN, controladora da ferrovia Transnordestina, divulgou uma nota de esclarecimento com sua versão sobre a suspensão do ramal de Suape, acordada com o ex-ministro da Integração Tarcísio de Freitas, em agosto de 2022. No comunicado, a empresa culpa a gestão do PSB, de Paulo Câmara, por intereferir no traçado original da ferrovia, com a aprovação de obras no Estado.
Veja os termos da nota oficial da CSN
“..a Transnordestina Logística (TLSA) e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) esclarecem que não se opõem a nenhum projeto de ferrovia no país e entendem que o setor ferroviário e os novos projetos são indutores do desenvolvimento”.
A partir do aditivo assinado em dezembro, a construção do trecho de Pernambuco passa a ser de responsabilidade do Governo Federal via Ministério dos Transportes, a exemplo de outras ferrovias construídas e concedidas à iniciativa privada por meio de leilão, como a Ferrovia Norte Sul, a Ferrovia de Integração Oeste (FIOL 2) e a Ferrovia de Integração do Centro Oeste (FICO), que estão em construção.
As definições que constam no aditivo ao contrato de concessão assinado em 23 de dezembro de 2022 foram avaliadas por vários anos por diversos entes envolvidos, incluindo o corpo técnico extremamente qualificado da Valec (atual Infra S.A.), Ministério dos Transportes, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Tribunal de Contas da União (TCU) e TLSA.
Estes estudos consideraram de forma técnica as diversas interferências ocorridas no traçado aprovado, bem como uma minuciosa avaliação técnica e comercial de cargas origem x cargas destino realizada por consultoria internacional que, ao final, apontou como a melhor opção a solução detalhada no aditivo e referendada por unanimidade pelo TCU.
Abaixo detalhamos algumas das interferências que afetam o traçado da ferrovia
- Variante Barragem de Serro Azul: com a construção de uma barragem pelo governo de Pernambuco na chegada a Suape, tornou-se necessária a execução de uma variante de 42 km que ainda não tem licenciamento ambiental nem avanço nos processos de desapropriação.
- Variante das Cidades: um desvio para evitar os trechos urbanos – próximo aos municípios de Escada e Ribeirão.
- Invasões da faixa de domínio, tendo como principal exemplo um empreendimento lançado e construído com o aval do Governo de Pernambuco e de interesse privado, obrigando à execução de mais uma variante.
- Acesso ao Porto de Suape: não há projeto executivo, linhas de acesso, licenças ambientais nem processos de desapropriação.
Com informações de Jamildo Melo