Oito dias após a brutal morte de Arthur Ramos Nascimento, de apenas dois anos e 11 meses, a sociedade ainda aguarda respostas claras das autoridades policiais sobre o caso que chocou Tabira e o país. Embora a perícia no corpo do menino tenha sido realizada no dia 17 de fevereiro, ainda não há uma resposta oficial sobre quem teria cometido o abuso sexual contra a criança.
Desde o início, o Blog Júnior Campos tem acompanhado os desdobramentos do caso e divulgado informações exclusivas. No domingo à noite, em primeira mão, publicamos o relato da mãe de Arthur, Giovana Ramos, que apontou o casal Giselda da Silva Andrade e Antônio Lopes Severo, conhecido como “Frajola”, como suspeitos do crime. Também noticiamos que Giovana estava na Rodoviária do Recife, a caminho de Tabira, no momento dos acontecimentos.
Entre as informações obtidas pelo Blog, destaca-se uma possível confissão de Giselda, que teria atribuído os abusos sexuais ao próprio filho mais velho, de 14 anos. O adolescente foi mencionado em diversos relatos, inclusive por Giovana Ramos, que, no primeiro contato conosco, afirmou que o menor foi detido no hospital. A irmã de Frajola também reforçou essa versão, alegando que o adolescente esteve com Arthur entre 4h e 8h da manhã antes do crime. Contudo, é importante ressaltar que, até o momento, o Estado não forneceu uma resposta oficial que confirme ou refute essas alegações – até porque esses áudios foram republicados em rede nacional.
A governadora de Pernambuco se manifestou apenas para classificar o crime como uma “barbaridade”, um reconhecimento do tamanho da tragédia, mas que não satisfaz as expectativas da população, que clama por um posicionamento mais firme e efetivo das autoridades. O clamor popular nas redes sociais evidencia a pressão para que as investigações avancem e se chegue a uma conclusão definitiva. Enquanto isso, a delegada responsável pelo caso, Joedna Soares, revelou em entrevista à Rádio Pajeú que a perícia encontrou indícios de violência sexual no corpo do menino. Ela também confirmou que o casal já tinha passagens pela polícia por crimes como tráfico e homicídio.
Outro ponto que chama a atenção é a postura da gestão municipal de Tabira, que se limitou a divulgar uma nota protocolar e seguiu com sua agenda, sem demonstrar uma reação à altura da comoção nacional provocada pelo caso. Embora o município tenha virado manchete pelo assassinato brutal de uma criança e pelo linchamento até a morte de um suspeito sob custódia do Estado, a administração pública não se manifestou de maneira contundente, como tem feito em outras questões – pelo menos de forma pública.
Oito dias se passaram e, apesar do surgimento de diversas informações, a principal resposta ainda não chegou. O que falta para o Estado esclarecer todos os detalhes deste crime bárbaro e responsabilizar os culpados? Quem, de fato, violentou sexualmente o pequeno Arthur?