O caso da morte de Arthur, menino de três anos encontrado em estado de extrema violência, continua cercado de mistérios e negligência. Em depoimento ao repórter Orlando Santos, o conselheiro tutelar Júnior revelou um detalhe inquietante: o menino foi levado ao hospital por um adolescente não identificado, que chegou de moto, entregou a criança já sem vida aos profissionais de saúde e desapareceu sem dar qualquer explicação.
“Quando cheguei ao hospital, a equipe me informou que um adolescente trouxe a criança nos braços, chegou de moto e, sem dizer nada, deixou a criança lá e foi embora. Até aquele momento, não sabíamos de quem se tratava, não conhecíamos o nome da criança, nem da mãe, nem do pai. Era um completo mistério”, relatou Júnior.
A conselheira Socorro também trouxe uma informação crucial. Ela confirmou que Arthur já era conhecido pelo Conselho Tutelar desde outubro de 2024, quando foi encontrado sozinho nas ruas. “Na época, recebemos a denúncia de que uma criança estava perdida, sem saber dizer nada. Quando fomos ao local, constatamos a veracidade do caso e acionamos a polícia. A criança foi levada à delegacia, e depois de buscas, uma tia apareceu e identificou que ele era seu sobrinho. Foi aí que descobrimos que a mãe, Giovanna, estava desaparecida”, explicou Socorro.
Segundo a conselheira, após essa ocorrência, o Conselho ainda tentou localizar a família de Arthur, indo até a residência onde ele supostamente morava. “Foram três tentativas de visita, mas nunca encontramos ninguém. Depois, soubemos que a mãe havia se mudado”, acrescentou.
Giovana já havia admitido, que deixou o filho aos cuidados de um casal conhecido como Giselda e Frajola, enquanto saía para trabalhar.
A tragédia de Arthur não é um caso isolado. Como já denunciamos em matéria anterior, ele foi condenado antes mesmo de morrer, vítima do abandono e da falha das políticas públicas em proteger crianças vulneráveis.