A irmã de Antônio Lopes, Terezinha Severo, entrou em contato com o blog para manifestar sua indignação e questionar o laudo médico referente à morte de seu irmão. Lopes foi linchado e morto por populares em Tabira, após ser capturado pela polícia na zona rural de Carnaíba, sob suspeita de envolvimento na morte do pequeno Arthur, na mesma cidade.
Terezinha contesta a falta de informações precisas no laudo e na certidão de óbito de Antonio Lopes. Segundo ela, não há registro do horário do óbito, e há inconsistências na descrição das roupas que ele usava no momento da morte. “Pela primeira vez, em 40 anos, eu vejo um erro grotesco como esse. A cor da camisa do meu irmão era azul, e colocaram marrom. O short não era jeans, e colocaram que era. Mas o que mais me intriga é a falta do horário do óbito, tanto na declaração quanto na certidão”, afirma.
Além disso, a família questiona o trajeto do corpo até o Instituto Médico Legal (IML). De acordo com Terezinha, Antonio deveria ter sido encaminhado diretamente para o IML de Caruaru, mas passou por Serra Talhada antes de chegar ao destino final, sem que a família recebesse explicações claras sobre o motivo dessa mudança de rota. “Meu irmão morreu no dia 18, mas no laudo consta o dia 19. Quando liguei para o IML, me disseram que houve um erro desde Afogados da Ingazeira. Se houve erro, por que não corrigem?”, questiona.
A irmã de Antonio Lopes também relata dificuldades no acesso às informações sobre o caso. Segundo ela, a família não foi procurada pelas autoridades para esclarecimentos e, quando tentou obter detalhes, foi orientada a buscar respostas apenas por meio de advogados. “Minha advogada já está entrando em contato com eles, porque até agora ninguém nos procurou para explicar esse laudo. Nós queremos apenas respostas”, desabafa.
Diante das inconsistências apontadas, a família reivindica a correção do laudo e maior transparência na condução do caso. “Se ele passou por uma autópsia, há um horário de óbito. Por que isso não foi registrado? O que estão escondendo?”, finaliza Terezinha.
O blog segue acompanhando o caso e mantém espaço aberto para manifestação das autoridades responsáveis pela investigação e elaboração do laudo.
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Anexo: Laudo médico fornecido pela família.