Júnior Campos
Política

ALEPE: Comissões definem presidentes em reuniões sem a bancada governista

As recentes eleições para os cargos de presidência e vice-presidência das Comissões de Justiça, Finanças e Administração Pública da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) se transformaram em um verdadeiro embate de interpretações regimentais e ausências. As reuniões, realizadas no sábado (15), acabaram sendo marcadas por questionamentos sobre a legitimidade da convocação, além de ausências de parlamentares da base governista, que resultaram em um clima de tensão e incertezas no processo.

Na véspera das eleições, a decisão do presidente em exercício da Alepe, Rodrigo Farias (PSB), de convocar a instalação das comissões para a eleição de presidentes e vice-presidentes foi amplamente contestada por deputados como Débora Almeida (PSDB) e Antônio Moraes (PP). Eles alegaram que, conforme o Regimento Interno, a convocação para a eleição de cargos deveria ser conduzida pelos presidentes das comissões anteriores. A situação gerou um impasse e levou a um recurso formal à Mesa Diretora, que ainda aguarda debate em Plenário. A divergência expôs uma falha no Regimento da Casa, que, para muitos, não é claro o suficiente sobre o procedimento para o segundo biênio da legislatura.

Além disso, o clima de desconforto foi ampliado pela ausência de diversos deputados, tanto da oposição quanto da base governista, nas votações de algumas comissões. Na Comissão de Justiça, por exemplo, apenas dois deputados, Alberto Feitosa (PL) e Edson Vieira (União), compareceram, resultando na eleição unânime de ambos para os cargos de presidente e vice-presidente. A eleição para a Comissão de Finanças, presidida por Feitosa, também foi marcada pela falta de quorum completo, o que resultou na escolha apenas de parte dos membros, com os votos de apenas cinco dos oito titulares.

A situação mais tensa ocorreu na Comissão de Administração Pública, onde a presidência ficou com Waldemar Borges (PSB) e Antonio Coelho (União), sem a presença do presidente anterior, Joaquim Lira (PV), que se recusou a abrir a reunião devido à convocação, que considerou precipitada. Coelho, por sua vez, agradeceu aos colegas pela confiança e afirmou que a comissão irá tratar de projetos que estão “represados”, aguardando a formalização dos novos líderes.

Ao longo das reuniões, Feitosa, em sua função de coordenador das eleições, reforçou a legalidade das escolhas, afirmando que todas as ações seguiram estritamente o Regimento Interno, com observância rigorosa das normas. No entanto, a falta de consenso entre os membros das comissões e os debates acalorados sobre a convocação levantam questionamentos sobre a estabilidade interna da Alepe e sobre como esse impasse pode impactar o andamento dos trabalhos da Casa, além de trazer à tona a disputa por maior controle das comissões no biênio 2025-2026.

Este episódio evidencia uma divisão palpável dentro da Assembleia Legislativa de Pernambuco, que promete trazer mais discussões acaloradas sobre o Regimento Interno e as interpretações das normas, criando um cenário de incerteza para os próximos meses.

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