Júnior Campos
Política

Danilo Cabral se reúne com presidente do TCU para discutir irregularidades no processo de privatização da Eletrobras

As irregularidades na tramitação da lei que abriu as portas para a privatização da Eletrobras foram o tema de audiência remota, nesta terça-feira (28), que reuniu o líder do PSB na Câmara, Danilo Cabral; a presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, além de representantes dos trabalhadores do setor elétrico e advogados. O objetivo do encontro foi reforçar o pedido para que o Tribunal fiscalize os processos de desestatização da empresa elétrica, um dos maiores ativos do Estado brasileiro.

Entre os problemas observados, estão a subscrição pública de ações ordinárias com perda do controle acionário, sem a realização de licitação; a ausência de estudo de impacto; a violação do princípio da modicidade tarifária, da moralidade administrativa e da licitação, bem como a violação dos princípios constitucionais da ordem econômica e a economia brasileira.

Em representação protocolada no TCU em agosto, o líder Danilo Cabral solicitou que a Corte suspenda os procedimentos preparatórios de privatização da Eletrobras e que se determine à Aneel a elaboração de estudo de impacto. A petição também é assinada pelos líderes da Oposição, Alessandro Molon, e da Minoria, Marcelo Freixo, ambos do PSB, juntamente com os líderes de outros cinco partidos na Câmara.

Danilo Cabral, que também preside a Frente Parlamentar em Defesa da Chesf, destacou que a privatização da Eletrobras é um grande retrocesso, com sérias consequências para a soberania do país e para toda a sociedade, sobretudo aqueles mais vulneráveis. Estes impactos não foram abordados nem esclarecidos durante a tramitação da matéria na Câmara dos Deputados. “A nossa preocupação é com o que vai acontecer com o Brasil e com os brasileiros após a privatização da Eletrobras. A gente já sabe das consequências que a privatização trará do ponto de vista das contas que serão assumidas pelo povo brasileiro”, disse o deputado.

Estudos anteriores, produzidos ainda na gestão de Michel Temer, apontavam que haveria o aumento da ordem de 17% no preço da energia elétrica no Brasil. Os impactos financeiros também foram alertados durante a tramitação da matéria pelas duas principais federações de industriais do país, a Fiesp e a Firjan. Ambas se posicionaram contrariamente à desestatização e alertam que a privatização elevará as tarifas de energia e que o custo estimado da privatização para o consumidor será de R$ 400.

No que se refere à soberania nacional, o líder do PSB alertou para o impacto que o processo terá sobre o uso dos recursos hídricos. “Do ponto de vista do ativo que representa para o Brasil, há o controle das águas. Vivemos mais uma profunda e grave crise hidrológica no país. A Eletrobras estrategicamente é a responsável pela gestão de 52% dos reservatórios de água”, reforçou Danilo Cabral ao lembrar que nenhum outro País do mundo abre mão da sua soberania sobre um ativo tão fundamental.

A presidente Ana Arraes destacou a importância estratégica da Eletrobras para o Brasil como vetor de crescimento e de independência. “Sem eletricidade não tem desenvolvimento nem segurança”, afirmou. A ministra do TCU concordou com a importância de se ter estudos técnicos que apontem de forma precisa quais serão os efeitos da privatização para o país.

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