O resultado final das eleições municipais, encerradas no último domingo (27), gerou embates na reunião plenária desta terça (29). Parlamentares apresentaram balanços e reflexões sobre o pleito e divergiram sobre os caminhos da direita e da esquerda na política brasileira. O pleito em Olinda, na Região Metropolitana, também foi tema de discussão.
João Paulo (PT) afirmou que o bolsonarismo e a extrema-direita foram derrotados nas eleições municipais de 2024. O parlamentar também reconheceu o insucesso do campo progressista em cidades como Olinda, Natal e São Paulo. Apesar dos revezes, João Paulo constatou um aumento no número de prefeitos petistas eleitos e defendeu mudanças no programa do partido.
“O PT demonstrou recuperação e força em várias regiões, com vitórias significativas em municípios estratégicos como Fortaleza (CE), Pelotas (RS) e Camaçari (BA). O partido conquistou mais prefeituras do que em 2020, reafirmando nossa conexão com a população e a confiança que muitos brasileiros depositam em nosso projeto de sociedade”, destacou.
“Ainda assim, reconhecemos a necessidade de ajustes em nosso conteúdo programático e na comunicação com o eleitorado, especialmente nas periferias das grandes e médias cidades”, concluiu.
Presidente estadual do PT, o deputado Doriel Barros reforçou o entendimento de João Paulo. Para ele, a postura de partidos da extrema-direita de ironizar os resultados do Partido dos Trabalhadores nas eleições municipais seria uma demonstração de que ainda não teriam “superado a derrota para Lula em 2022”.
“É importante vocês terem o entendimento de que o presidente Lula tem uma base de partidos compondo o governo que dá sustentação política. E a gente vai contar com muitas dessas legendas para a reeleição do presidente em 2026”, argumentou Barros.
Já Waldemar Borges (PSB) registrou que todos os ex-ministros de Bolsonaro que se candidataram neste ano foram derrotados. Na avaliação de Waldemar, há um viés de centro na manifestação eleitoral de 2024, mas não uma vitória da direita.
Coronel Alberto Feitosa (PL), por sua vez, comemorou o avanço da direita no pleito de 2024. Ele ressaltou que 80% das câmaras municipais eleitas no Brasil têm composição hegemonicamente de direita ou centro-direita.
O deputado considerou que os brasileiros se descobriram conservadores, e que a esquerda foi a grande derrotada nas urnas. “O povo brasileiro disse não à esquerda que defende a legalização das drogas, o aborto, os benefícios para criminosos, e que demoniza o empresariado e hostiliza o agro”, elencou.
Feitosa acrescentou que, na avaliação dele, o presidente Lula e o PT perderam força em todo País. Ele ressaltou que, em Pernambuco, o partido do presidente elegeu prefeitos em apenas seis municípios.
Na mesma linha, Renato Antunes (PL), afirmou que o brasileiro é “conservador por natureza”. “É um eleitorado que defende a vida, a família, a liberdade, o direito de ir e vir, o direito de propriedade e de se defender, o que mostra que a gente não abre mão de princípios e valores que julgamos inegociáveis”, enfatizou.