Júnior Campos
Política

Em Serra Talhada denúncias de desvios milionários no Fundeb agitam assembleia

Nesta segunda-feira (12), uma assembleia geral dos servidores da educação em Serra Talhada, promovida pelo Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Serra Talhada (Sintest), tomou um rumo explosivo na Câmara de Vereadores. O encontro, que deveria ser uma oportunidade para discutir temas cruciais como o descongelamento das progressões, a revisão do Plano de Cargos e Carreiras, e os precatórios do Fundeb, transformou-se em uma arena de acusações graves contra a atual gestão municipal.

Os vereadores André Terto e Vandinho da Saúde marcaram presença e deixaram claro o seu apoio à categoria. No entanto, foi Vandinho da Saúde quem incendiou a assembleia com uma série de denúncias contundentes. “Não tinha dinheiro para conceder as progressões de vocês, mas desviaram mais de nove milhões. E pelos meus cálculos, que já estou formalizando em outra representação, o desvio passa dos catorze milhões de reais do Fundeb”, declarou Vandinho, lançando uma acusação direta ao coração da administração municipal.

O vereador não poupou críticas e questionou abertamente a gestão dos recursos destinados à educação: “Se não tem dinheiro para conceder o descongelamento das progressões de vocês, por que se utilizar do dinheiro de vocês para pagar o rombo que eles mesmos fizeram? Que eles não só pagaram combustível, não só pagaram merenda, aquelas festinhas que faziam, reuniãozinha em tal lugar, e vai lá, chega lá, tem um banquete. Tudo isso era pago na planificadora Vila Bela com dinheiro de vocês, com dinheiro dos professores. Outras empresas receberam dinheiro do Fundeb, e agora vem querer enganar os professores, dizendo que não tem dinheiro para conceder uma reformulação do PCCR, para descongelamento, para dar um aumento digno ao servidor da educação”, disparou Vandinho, expondo o que considera ser um esquema corrupto e sistêmico.

A presidente do Sintest, Vera Luza Nogueira, não ficou atrás e subiu o tom contra a gestão da prefeita Márcia Conrado (PT). Em um discurso inflamado, ela desafiou qualquer tentativa de silenciá-la: “Ninguém me derruba, agora diga que alguém tapa a boca de Vera com nada. Não tapa não! Eu não tenho uma casa para morar, mas eu vou receber quando eu receber meus precatórios”, afirmou, deixando claro que a luta pelos direitos dos trabalhadores da educação está longe de acabar.

As denúncias lançadas durante a assembleia colocam a gestão municipal em uma posição delicada e acendem o debate sobre a transparência na administração dos recursos públicos em Serra Talhada. Com a crescente pressão dos servidores da educação e a iminente investigação sobre os desvios de finalidade dos recursos do Fundeb.

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