O Partido dos Trabalhadores (PT) de Pernambuco mostrou neste domingo (27) a força da sua maior corrente interna, a Construindo um Novo Brasil (CNB), durante a Plenária Estadual realizada no auditório do Sindicato dos Bancários, no Recife. Sob a liderança de figuras nacionais e estaduais, o encontro reforçou o apoio à pré-candidatura do ex-ministro Edinho Silva para a presidência nacional da sigla — mas também evidenciou as tensões internas que se desenham para o futuro do partido no estado.
Além de Edinho, estiveram presentes o senador e presidente nacional interino do PT, Humberto Costa; a senadora Teresa Leitão, que coordena o Setorial de Educação do partido; o deputado federal Carlos Veras; e o presidente estadual do PT, Doriel Barros. A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, e o prefeito de Tabira, Flávio Marques, também marcaram presença.
Embora a tônica dos discursos tenha sido de unidade e fortalecimento partidário — com Humberto Costa falando em “construir um PT cada vez mais forte” e Carlos Veras celebrando o “vigor e a força da militância” —, os bastidores da plenária refletiram uma disputa que já movimenta o partido pensando em 2026.
O PT de Pernambuco enfrenta um debate interno sobre os rumos da legenda. Nomes como o deputado federal Carlos Veras, a prefeita Márcia Conrado e o secretário-geral do partido, Sérgio Goiano, são apontados como possíveis sucessores de Doriel Barros na presidência do diretório estadual. Em paralelo, no Recife, o ex-vereador Jairo Brito já anunciou sua pré-candidatura para comandar o diretório municipal, sinalizando que as disputas internas não se limitam à esfera estadual.
A pré-candidatura de Edinho Silva, portanto, aparece não apenas como uma aposta da CNB para a sucessão nacional, mas também como um elemento de reorganização de forças internas. “O PT pulsa em Pernambuco”, disse Edinho nas redes sociais após o evento, agradecendo o apoio recebido e destacando a importância da “unidade e da construção de consensos” para fortalecer o partido.
Para a prefeita Márcia Conrado, o encontro foi uma “grande demonstração da força e da união” que movem o PT, enquanto Doriel Barros reforçou o papel das lideranças de base na construção do projeto partidário.
A eleição para a presidência nacional do PT acontece no dia 6 de julho, com possibilidade de segundo turno no dia 20. A disputa promete ser a mais acirrada da história do partido, com cinco candidatos representando diferentes correntes: Edinho Silva (CNB), Valter Pomar (Articulação de Esquerda), Romênio Pereira (Movimento PT), Rui Falcão (Novo Rumo) e Washington Quaquá (dissidência da CNB).
Em Pernambuco, a plenária deixou claro: se a CNB tenta consolidar sua hegemonia nacional, no estado a legenda já começa a viver uma nova fase de disputa interna, que promete esquentar ainda mais até as eleições municipais de 2024 e a reorganização partidária de 2026.
Com a largada oficial das campanhas internas e a previsão de ao menos dez debates entre os candidatos, a movimentação da CNB em Pernambuco sinaliza que o grupo majoritário está mobilizado para tentar manter o comando do PT nacional — e que a disputa promete envolver toda a militância nas próximas semanas.