A decisão do ministro Edson Fachin de anular os processos que condenaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reverberou na política nacional. Tomada nesta segunda-feira (8), a ação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu comentários tanto positivos quanto cautelosos. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, publicou um tuíte que assinala o seguinte: “Minha maior dúvida é se a decisão monocrática foi  para absolver Lula ou Moro. Lula pode até merecer. Moro, jamais!”.

O deputado federal Sílvio Costa Filho (Republicanos) também usou sua rede social para expressar como recebeu a decisão do STF. Na rede, publicou: “A decisão do ministro Edson Fachin é correta e dentro da jurisprudência já consolidada do STF. Goste ou não do ex-presidente Lula, é preciso respeitar a Constituição. O ex-presidente é um ativo do nosso país, por isso fico feliz com a decisão do ministro Fachin”.
Em entrevista ao Diario de Pernambuco, aliados petistas afirmam que a decisão é certeira e criticam a “demora” na tomada de decisão por meio do judiciário. Esse caso, inclusive, é uma das críticas da vereadora Liana Cirne (PT). Questionada sobre a decisão, Liana assinalou que recebe a notícia como um sopro de esperança. Ela complementa: “É o sopro de esperança de que o judiciário brasileiro começa a se recompor, começa a fazer o direito e a lei ocuparem o espaço que sempre deveriam ter ocupado”, criticando a tardia decisão.
Durante entrevista com este repórter, a deputada federal Marília Arraes (PT) declarou que a decisão, por ela, foi recebida com naturalidade. A parlamentar assinalou que já era algo “que a gente já avisava há muito tempo”. Marília (PT) criticou a decisão de culpabilizar o ex-presidente em 2018 e disse que a decisão de condenação foi estratégica. “As condenações de Lula eram para tirar ele das eleições de 2018. Algo que já vínhamos avisando”, destacou Marília. “Foi uma decisão tomada bastante tarde. Espero que o pleno confirme a decisão do ministro”, completou a petista.
O vereador Vinícius Castello (PT), que lidera a bancada de direitos humanos na Câmara de Olinda, destacou que “já era hora dos ministros, não apenas de Fachin, mas de todos os ministros reconhecerem a maneira irresponsável como a Lava-Jato fora conduzida”. Ele afirmou que a condenação foi uma perseguição política e acrescentou que: “Essa notícia traz pra gente um novo ar de democracia, um novo ar de como as instituições, minimamente, podem começar a funcionar novamente”.
O deputado Tadeu Alencar (PSB) acredita que é “cedo” para avaliar as implicações da decisão. Questionado sobre os rumos das eleições de 2022 e de como o PSB se comportaria caso Lula (PT) se elegesse, o parlamentar afirmou que pode haver uma aliança entre ambos partidos por um objetivo comum, o de “derrotar o projeto autoritário de Bolsonaro”. Tadeu (PSB) assinalou o seguinte: “Essa é uma responsabilidade da qual não podemos abrir mão e que deveria unir a todos, inclusive o ex-presidente Lula, que tenha compromisso com a Democracia. O nome que deve representar essa frente virá mais na frente, com o processo de construção. Ou nos unimos por objetivos mais amplos e mais nobres ou vamos continuar assistindo a essa marcha da insanidade que hoje governa o Brasil”.
O senador Humberto Costa (PT) acredita que essa jogada precisa ser assistida de perto. Para ele, a decisão de Fachin pode ter sido um “livra cara de Moro”. O senador afirma estar preocupado em entender o que é que de fato o Fachin pretendeu fazer. Acerca disto, ele afirmou: “ao longo de todo esse processo, ele [Moro] funcionou como verdadeiro algoz do ex-presidente Lula. Aparentemente, ele procurou evitar o constrangimento de Moro de ser declarado de Juiz parcial no processo, principalmente no do habeas corpus na segunda turma do STF”.
“Pode ser uma jogada para o próximo juiz ter que segurar a bola. Ficamos todos muito contentes e na expectativa que Lula possa concorrer. Vamos aguardar os próximos capítulos”, comenta e pondera.