Após esperar 47 dias para que a Assembleia Legislativa avaliasse a indicação do advogado Virgílio Oliveira, como administrador do Arquipélago de Fernando de Noronha, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), adotou uma jogada de mestra, no embate que parece não ter fim.
Publica no Diário Oficial de hoje a nomeação do filho do deputado federal Waldemar Oliveira (Avante), na condição de administrador adjunto. Ele assume de imediato e chega à ilha hoje mesmo para conhecer a realidade dos 3.167 moradores, segundo o censo do IBGE, em 2022.
O projeto do Executivo tramita na Casa desde 28 de março. Para gerir Noronha, é preciso o aval dos deputados. Mas a sabatina não foi sequer agendada.
Depois dessa medida, é provável que os deputados protelem ainda mais, e Virgílio Oliveira fique um bom tempo como adjunto. Apelos não faltaram para que a Alepe acelerasse o processo. Mas a oposição resistiu e a crise se intensificou.
Noronha está sem titular desde o fim de janeiro, quando Thallyta Figueirôa entregou o cargo. Oposicionistas lembram que a governadora suspendeu a nomeação do biólogo Walber Santana na véspera da sabatina.
Passou 83 dias até indicar novo gestor, porque tentava atrair outros partidos para a base. Depois nomeou mais de 200 pessoas para a ilha e um adjunto. Por isso, ignoraram a matéria.
A governadora parecia não ter alternativa, quando encontrou uma forma de revidar o desprezo pelo tema. Virgílio Oliveira substitui José Aglailson Neto, no cargo desde 8 de abril, e aguarda a sabatina para tornar-se titular. Aglailson Neto terá outra função na ilha.
Com informações de Betânia Santana