Na manhã desta quinta-feira (13), a Autarquia Educacional de Serra Talhada (AESET) foi palco de uma demonstração inovadora na área da saúde: a aplicação de uma bomba de insulina em um paciente diabético. A ação contou com a participação de médicos, acadêmicos de medicina e profissionais da empresa Medtronic, responsável pela tecnologia do equipamento.
O paciente Daniel Lima, que há 17 anos realiza tratamento com insulina para controlar o diabetes tipo 1, celebrou a chegada do dispositivo como uma mudança significativa em sua rotina. “Minhas expectativas são muito positivas, né? Porque eu tenho diabetes tipo 1, que é uma doença autoimune e que exige um cuidado muito intenso para controlar a insulina. Eu praticamente tenho que simular o funcionamento do meu pâncreas com as minhas próprias mãos. Isso requer muito cuidado e demanda muito tempo. Agora, graças a Deus, consegui a bomba de insulina, que é um pâncreas artificial que vai fazer praticamente todo esse trabalho automaticamente, trazendo mais flexibilidade e conforto para o tratamento”, destacou Daniel.
Ele acrescentou que o tratamento com a bomba trará mudanças significativas em sua rotina. “Eu vivia tendo muitas hipoglicemias, né? Hipoglicemia é quando o nível de glicose no sangue cai demais. Isso causava mal-estar e me limitava muito. Com esse tratamento, a ocorrência das hipoglicemias vai reduzir demais, o que é um grande alívio para mim”, explicou.
A endocrinologista Dra. Viniane Gleice explicou a diferença entre o tratamento convencional e o uso da bomba de insulina. “O diabetes tipo 1 ocorre quando o pâncreas do paciente para de produzir insulina, exigindo a administração diária do hormônio. O método tradicional utiliza canetas e seringas, combinando insulina basal para manter os níveis ao longo do dia e insulina rápida durante as refeições. Já a bomba automatiza esse processo, liberando doses ajustadas conforme a necessidade, sem a necessidade de injeções constantes”, explicou Dra. Viniane. Ela também destacou a importância da bomba para o tratamento de casos graves de diabetes. “Este paciente conseguiu a bomba através da via judicial, devido à gravidade de seu quadro e às frequentes hipoglicemias. Ele é diabético e tem retinopatia diabética, e a bomba foi indicada para evitar complicações futuras, ajudando a manter níveis de glicose mais estáveis”, contou.
A psicóloga e educadora da Medtronic, Sinara Guerra, enfatizou a importância de disseminar informações sobre essa tecnologia, que, apesar de seu alto custo médio de R$ 86.000,00 pode ser acessível por meio de ações judiciais. “Muitas pessoas não conhecem essa possibilidade. Às vezes, até os médicos evitam indicar, achando que o paciente não conseguirá acessar. Mas há quem lute na justiça e consiga. O impacto na qualidade de vida é imenso”, afirmou Sinara.
A demonstração teve o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o uso da bomba de insulina em Serra Talhada, envolvendo tanto profissionais de saúde quanto estudantes da AESET. “Já existem pacientes na cidade que utilizam essa tecnologia, mas ainda é pouco divulgada. Por isso, em parceria com a AESET e a Medtronic, decidimos realizar essa ação para compartilhar a experiência e mostrar os benefícios do tratamento para a sociedade”, concluiu Dra. Viniane.
O evento reforçou a importância da inovação na medicina e abriu portas para que mais pacientes possam buscar alternativas avançadas para o controle do diabetes, melhorando sua qualidade de vida e reduzindo complicações decorrentes da doença.