A 5ª audiência pública sobre a concessão parcial dos serviços da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), realizada nesta sexta-feira (31) em Serra Talhada, foi marcada pela ausência popular. O evento aconteceu no auditório do Centro Universitário FIS (UniFIS) e reuniu a prefeita Márcia, o vice Faeca Melo, secretários e lideranças políticas para discutir o projeto, mas sem a participação efetiva da sociedade civil, o que gerou críticas do ex-prefeito, hoje deputado estadual Luciano Duque (SD).

Duque, ao acompanhar a repercussão do encontro, apontou o caráter esvaziado da audiência e classificou o evento como uma reunião exclusiva do governo municipal, sem diálogo real com a população. Ele criticou a articulação do governo municipal, ressaltando a falta de esforço em envolver a comunidade de forma ampla, o que resultou em uma participação limitada e em um evento distante das reais necessidades e expectativas da população.

“A audiência é só o governo municipal. O povo não participa…perdeu [Márcia] a credibilidade”, criticou o parlamentar.

Além da audiência, Duque ligou o caso ao aumento da vulnerabilidade social em Serra Talhada e abordou a brutalidade do assassinato de Dona Alzira Emiliana de Oliveira, de 87 anos, ocorrido na quinta-feira (30), no bairro São Cristóvão. A idosa foi morta dentro de casa. Dois suspeitos foram presos nesta sexta-feira (31), e um deles confessou o crime.

Para o deputado, esse episódio não é um caso isolado, mas resultado da negligência e do abandono das políticas sociais na cidade.

“Esse caso do assassinato é fruto da negligência e abandono das políticas sociais. Nunca houve isso. As ruas tomadas por mendigos e usuários. E é inevitável a violência chegar. Na nossa época tínhamos CAPS , casa de apoio, chegou de fora, tratávamos e localizávamos a origem. Por falta de governo temos mais de 150 moradores de rua. E aí vem de tudo: presidiários, drogados. Se não há quem cuide, ainda vamos ter muitos mortos. A responsabilidade é do governo municipal. Não é uma questão de polícia, é de política pública”, afirmou.

Mesmo com a forte repercussão do crime que chocou a cidade, até o momento a gestão municipal não se pronunciou oficialmente sobre o assassinato de Dona Alzira.