A manhã desta quarta -feira (12) foi marcada por uma forte manifestação popular em Serra Talhada. Movidos pelo sentimento de indignação e revolta diante dos recentes crimes contra idosos na cidade, moradores saíram às ruas em uma caminhada pacífica, exigindo mais segurança e justiça.
A mobilização foi liderada por cidadãos comuns, entre eles a psicóloga Graças Souza, que fez um discurso emocionado ressaltando o medo coletivo que tomou conta da cidade.
“Nós precisamos entender a nossa força, o nosso poder. Sei que existe um medo coletivo, e eu também estou com medo. Mas esse medo não vai ser solucionado se ficarmos quietos dentro de nossas casas. Esse medo precisa ser gritado, precisa de resposta. E essa resposta só virá se nos unirmos enquanto sociedade civil”, disse ela.
Outro relato marcante foi o de uma idosa que participou do ato, reforçando a vulnerabilidade da população idosa diante da violência crescente.
“Queremos justiça, queremos segurança. Somos gente, não somos produtos descartáveis. O idoso já contribuiu com a nação, com o município onde morou, com os familiares. Agora, chegou o tempo de usufruir daquilo que pagamos. Queremos justiça”, clamou.
O impacto dos crimes recentes
A manifestação foi impulsionada pela brutalidade dos assassinatos de dois idosos em Serra Talhada, ocorridos em janeiro. No dia 30, Alzira Emiliana de Oliveira, 87 anos, foi encontrada morta com as mãos e boca amarradas, no quintal de sua casa no bairro São Cristóvão. O crime, que chocou a cidade, foi tratado como latrocínio (roubo seguido de morte).
Dias antes, em 14 de janeiro, Luiz José de Campos, de 61 anos, foi morto com golpes de barra de ferro no bairro Alto do Bom Jesus.
As investigações levaram à prisão de Diego Fernando de Araújo, que confessou ambos os crimes. Ele foi capturado no bairro Bom Jesus e, com ele, foi encontrada uma bolsa contendo uma Bíblia com o nome de Alzira, reforçando sua conexão com o crime.
Clamor por ações concretas
A caminhada não foi apenas um ato de luto, mas um grito coletivo por mudanças. Os manifestantes cobraram das autoridades mais investimentos em segurança e ações efetivas para coibir a violência.
“Se isso aqui fosse uma caminhada política, muitos comerciantes teriam liberado seus funcionários para participar. Mas a sociedade civil precisa entender o seu poder. Pagamos impostos que sustentam as instituições públicas, e temos direito à segurança”, destacou a psicóloga.
O ato terminou de forma pacífica, mas o recado foi claro: a população de Serra Talhada não pretende se calar diante da escalada da violência e seguirá exigindo justiça para as vítimas e mais proteção para toda a cidade.
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