“Ele estava em uma moto, a moto era minha, mas é ele quem estava conduzindo. A pessoa estimou que o pilotando era ele. Eu falei com ele no mesmo dia, sobre o que aconteceu. Ele tem o costume de pegar a minha moto, porque sempre teve minha confiança. Ele sempre foi uma pessoa de confiança para mim. Ele pegava a moto para ajeitar os bichos. E nesse domingo, nesse dia, ele pegou a moto comigo logo cedo da tarde e ficou de me buscar quando eu saísse do serviço.” – disse Pedro Henrique, em depoimento exclusivo ao blog sobre o caso Arthur Ramos.

Desde o primeiro momento, estamos nos debruçando sobre o brutal assassinato do pequeno Arthur Ramos, de apenas 2 anos e 11 meses, ocorrido no último domingo (16), em Tabira, no Sertão do Pajeú. A cada nova informação, novos personagens surgem, e nossa apuração vem trazendo depoimentos exclusivos que ajudam a entender melhor os bastidores desse crime que chocou o País.

Dessa vez, conseguimos ouvir Pedro Henrique, de 20 anos, que traz um relato importante e inédito sobre a morte brutal de Arthur. Pedro foi a pessoa que emprestou a moto utilizada por Antônio Lopes, o Frajola, para levar Arthur ao hospital. Como já mostramos em nossa cobertura, Frajola, marido de Giselda – que segue presa, acusada do crime e do abuso –, acabou sendo capturado junto com ela, mas não resistiu à fúria da população e foi morto após um linchamento.

Agora, Pedro Henrique que é padrinho dos filhos de Giselda da Silva Andrade, faz revelações que pode mudar os rumos da investigação: ele afirma com convicção que o abuso contra Arthur foi cometido pelo adolescente de 14 anos, filho de Giselda.

“Pra ser bem sincero a você, eu não trabalho na justiça nem nada não, mas eu tenho 100% de certeza… da família que convive por dentro e dos conhecidos… todo mundo por uma boca só que o culpado é o menino. Ele tem 14 anos, mas a mentalidade dele é do menino da minha idade. Logo após esse acontecido aí, a própria família dele dizer que ele já tinha visto alguma coisinha dele com a irmã dele.” – disse Pedro Henrique.

Além disso, o relato dele reforça algo que já havia sido mencionado por outros personagens ouvidos pela nossa reportagem: a possibilidade de que Antônio Lopes, o Frajola, não estivesse na cidade no momento em que Arthur sofreu as agressões.

“Ele não estava na casa do ocorrido, não. Ele estava nos terrenos, que nem de costume. Porque ele ia pros terrenos de manhãzinha e voltava… Tinha dia que voltava até 10 horas da noite dos terrenos, cuidando dos bichos.”

Outro ponto crucial do depoimento de Pedro Henrique é sobre o paradeiro do adolescente de 14 anos. Ele confirma que o menor foi acolhido pela Justiça e levado para um local desconhecido, sem que nem mesmo a família tenha informações sobre seu destino.

“O juiz acolheu ele e disse que botou ele com os irmãos dele. E isso é uma coisa que nem a família tá sabendo onde é que tá. Justamente os tios dele foi correr atrás de saber onde meus afilhados tá, e a justiça nada de dizer… Parece que só vão dizer amanhã. A gente também tá querendo saber onde é que ele tá, mas de alguma forma ele vai ter que aparecer pra mídia porque nem ninguém da família quer ficar com ele.” – relatou Pedro Henrique.

Nosso trabalho segue acompanhando cada detalhe desse caso, que ainda tem muitas perguntas sem resposta. Continuamos ouvindo personagens, cruzando informações e trazendo à tona os bastidores dessa história que ainda choca a região.