A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), colocou um tom de indefinição sobre seu posicionamento político para as eleições de 2026, deixando em aberto se estará no mesmo palanque da governadora Raquel Lyra (PSDB) ou do prefeito do Recife, João Campos (PSB), nome cada vez mais ventilado como candidato ao Governo do Estado. Em entrevista à Folha de Pernambuco, Márcia afirmou que está aguardando a definição do Partido dos Trabalhadores para decidir qual rumo seguirá.
A declaração soa como um recuo estratégico e levanta dúvidas sobre sua fidelidade ao grupo da governadora. Durante a campanha de 2024, Márcia já havia sido questionada internamente por setores ligados a Raquel ao fazer caminhada em Olinda em apoio à candidatura de Vinicius Castello, ao lado de João Campos (PSB), principal adversário da governadora no xadrez político estadual. Naquele momento, um sinal de alerta foi aceso dentro do núcleo duro do Palácio do Campo das Princesas, e aliados de Raquel passaram a observar com mais cautela os passos da prefeita sertaneja.
MÁRCIA RECUA, LUCIANO REAGE
No fim do ano passado, em conversa com nossa equipe, Márcia foi taxativa ao afirmar que Raquel era sua governadora até 2026. Agora, ao condicionar seu futuro político ao posicionamento do PT, a prefeita reforça um movimento que pode impactar sua relação com o grupo da governadora. Na entrevista à Folha de Pernambuco, a petista justificou sua indefinição usando uma metáfora futebolística:
“Tenho dito que estou esperando o posicionamento do meu partido, do PT, do qual tenho uma grande honra de fazer parte. Sábado estive com o nosso presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, no aniversário de 45 anos do PT, e sigo firme dentro da minha legenda. Então, preciso do posicionamento do partido para saber como vou seguir. No futebol, não tem como um jogador fazer gol se não souber em que time está jogando.”
A mudança de tom não passou despercebida por seu adversário e ex-aliado, Luciano Duque (SD), que reagiu com ironia à declaração de Márcia. Em mensagem à imprensa, o deputado estadual alfinetou:
“Ainda bem que não preciso combinar com Lula. Devia ser mais leal e fazer a defesa do apoio à governadora dentro do partido, assim como João Paulo.”
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