Profissionais que atuam há quatro anos no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Serra Talhada procuraram nossa redação para denunciar uma série de irregularidades no processo seletivo que está sendo conduzido pelo Consórcio de Integração dos Municípios do Pajeú (CIMPAJEÚ), por meio da banca ADM & TEC.
De acordo com os relatos, a primeira irregularidade estaria na cobrança de taxa para participação no certame: R$ 120 para nível superior, R$ 100 para nível técnico e R$ 80 para nível fundamental. A exigência de pagamento para um processo seletivo que deveria garantir o direito ao trabalho causou revolta entre os atuais profissionais do SAMU, que, em sua maioria, permanecem no serviço desde a sua implantação na cidade.
Além disso, os denunciantes apontam favorecimento e possível fraude na comprovação de experiência exigida no edital. Para obter pontuação máxima, o candidato deve apresentar pelo menos um ano de experiência comprovada em serviço do SAMU. No entanto, profissionais com menos de um ano de atuação estariam apresentando declarações suspeitas, supostamente falsas, atestando tempo de serviço que não corresponde à realidade, o que teria igualado ou até superado a pontuação de veteranos com quatro anos de atuação no serviço.
“Estamos nos sentindo lesados e prejudicados. Tem gente que mal entrou no SAMU e já aparece com declaração de um ano. Isso é injusto com quem deu o sangue por esse sistema sem nunca ter tido sequer fardamento digno”, desabafa um dos servidores que preferiu não se identificar por medo de retaliações.
O cenário relatado pelos profissionais é ainda mais grave: eles afirmam que desde o início do SAMU em Serra Talhada, trabalharam sem carteira assinada, sem direito a férias, 13º salário ou condições adequadas de segurança. Segundo eles, faltam EPIs, coturnos e até uniforme. Muitos denunciam que adoecer não é uma opção, pois ao apresentar atestado, são repreendidos e ameaçados com a perda do emprego.
Outro ponto crítico da denúncia envolve a transição da antiga empresa gestora, a ITGM, para o CIMPAJEÚ. De acordo com os profissionais, na época, foram coagidos a abrir mão de seus direitos com a promessa de continuidade no emprego. Agora, enfrentam o risco de serem substituídos por novos contratados que já ingressariam no serviço com todas as garantias trabalhistas que nunca tiveram acesso.
“Quem está desde o começo vai sair do SAMU doente, com sequelas físicas e emocionais, sem nenhum reconhecimento, enquanto os novatos vão entrar com carteira assinada, coturno novo e fardamento completo”, lamentam.
Resposta do CIMPAJEÚ
Procurado pela nossa reportagem, o CIMPAJEÚ respondeu que “está aguardando uma eventual oficialização por parte do Ministério Público sobre as denúncias”. O consórcio ainda afirmou que todo o processo foi terceirizado, sendo responsabilidade da banca organizadora ADM & TEC esclarecer qualquer irregularidade.
Apelo por justiça
Diante da situação, os trabalhadores do SAMU de Serra Talhada clamam por justiça. Pedem que o Ministério Público atue com urgência, que os documentos de comprovação de experiência sejam revisados com rigor e que sejam anuladas declarações falsas.
“Não queremos regalias. Queremos apenas o reconhecimento pelo trabalho que fizemos até aqui. Que essa seleção seja justa e que a verdade prevaleça”, conclui um dos denunciantes.
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