Motoristas que atuam na coleta de lixo em Serra Talhada denunciaram ao blog atrasos recorrentes no pagamento dos salários, além de más condições de trabalho impostas pela empresa responsável pelo serviço, a Piemonte.

De acordo com um dos motoristas de carros compactadores, que pediu para não ser identificado, os pagamentos não têm data fixa e, com frequência, um mês de atraso. Os profissionais também afirmam não ter direito a vale-alimentação, adicional noturno, férias, 13º salário ou qualquer tipo de benefício trabalhista. “Trabalhamos feito escravos. Não tem hora de parar, não tem almoço, não temos carteira assinada. A gente entra e começa a trabalhar, sem exame, sem contrato”, desabafou.

Atualmente, sete motoristas atuam na coleta, que é realizada em dois turnos. “Na turma da noite, o pessoal entra às 16h e para às 2h ou até 3h da manhã. E nem janta recebem. Tem gente aqui com mais de oito anos de trabalho sem nunca tirar férias ou receber um décimo”, contou o trabalhador.

O problema se estende também à segurança dos veículos. Segundo ele, os caminhões circulam frequentemente com pneus carecas e excesso de peso. “aconteceu de a gente sair pra trabalhar com caminhão quase estourando o pneu. É um risco pra todo mundo.”

Na noite da segunda-feira (12), os motoristas informaram que o posto de combustíveis onde os caminhões são abastecidos bloqueou o fornecimento, devido a pendências da empresa com o fornecedor. “Vi um caminhão tentando abastecer e o frentista disse que o abastecimento estava bloqueado”, relatou.

Em resposta aos relatos, o presidente do sindicato da categoria, com sede em Petrolina, confirmou a situação e disse que foi protocolado um ofício na empresa Piemonte e na Prefeitura de Serra Talhada nesta terça-feira (13). O documento prazo até o dia 15 para regularização dos pagamentos. Caso contrário, os trabalhadores devem paralisar as atividades.