O clamor por justiça e segurança segue ecoando em Serra Talhada. Durante entrevista à Rádio Cultura, Keyla Suzane, neta de dona Alzira Emiliana de Oliveira, fez um desabafo emocionante sobre a dor da família e a indignação diante da violência na cidade.

“Os membros da família querem que a justiça seja feita. Queremos que a prefeita, a governadora e as autoridades responsáveis se envolvam para garantir que nenhum crime seja esquecido, como tantos outros. Meu avô morreu e nunca teve justiça. Meu primo também faleceu e nunca teve justiça. E agora, no caso da minha avó, apenas um suspeito foi preso. Mas um crime tão bárbaro como esse não pode ter sido cometido por apenas uma pessoa.”

A indignação de Keyla reflete o sentimento coletivo que tomou conta da cidade após os recentes crimes contra idosos. No dia 30 de janeiro, dona Alzira, de 87 anos, foi encontrada morta, amarrada no quintal de sua casa, no bairro São Cristóvão. O crime, classificado como latrocínio (roubo seguido de morte), chocou a população e impulsionou uma manifestação popular nesta quarta-feira (12), em que centenas de moradores saíram às ruas exigindo mais segurança.

Para a neta da vítima, a investigação precisa avançar para que outros possíveis envolvidos sejam responsabilizados.

“Foi um crime brutal demais para uma pessoa só cometer. A casa foi deixada em uma situação que indica que houve fuga. Então, não há nenhuma condição de ter sido apenas um responsável. Nós queremos justiça, queremos que o nome da nossa avó não tenha perecido em vão. Se a vida dela foi tirada, que pelo menos sirva para garantir que haja mais segurança em Serra Talhada.”

Além de dona Alzira, outro crime brutal contra um idoso ocorreu no mês de janeiro. No dia 14, Luiz José de Campos, de 61 anos, foi morto com golpes de barra de ferro no bairro Alto do Bom Jesus.

O principal suspeito dos dois assassinatos, Diego Fernando de Araújo, foi preso e confessou os crimes. No entanto, para Keyla e outros familiares de dona Alzira, há indícios de que mais pessoas estejam envolvidas.

“Quem será o próximo?”

Keyla finalizou seu apelo cobrando mais investimentos em segurança e uma resposta mais firme das autoridades para evitar que novas tragédias aconteçam.

“Se dentro da nossa própria casa não estamos seguros, onde mais estaremos? Dessa vez foi a minha avó, quem será o próximo? Serra Talhada não pode continuar refém do medo. Precisamos de justiça e de ações efetivas para que mais nenhuma família passe pelo que a nossa está passando.”

O clamor da neta de dona Alzira é um reflexo do sentimento de toda a cidade: Serra Talhada não quer que mais uma tragédia caia no esquecimento.