Eva Beatriz Nogueira, faleceu na última quinta-feira (23) após complicações durante o parto de sua filha. A tragédia aconteceu após uma sequência de transferências entre hospitais, em um drama que expôs as dificuldades do sistema de saúde regional.
O início do pesadelo para a família começou com a transferência de Eva, do Hospital Regional Emília Câmara – HREC de Afogados da Ingazeira para Salgueiro. A médica do hospital de Salgueiro, em conversa com o esposo de Eva, confirmou que a unidade não tinha a estrutura necessária para receber o bebê com 28 semanas.
Ela disse: “É, todas as unidades da região sabem. Mas, mesmo assim, eu vou ligar para a minha chefe e vou perguntar a ela se a unidade de Afogados sabe e se a central sabe”.
Com a situação crítica, Matheus, o esposo de Eva relatou à Rádio Pajeú, ao falar com Nill Júnior nesta segunda (27) como a equipe médica tentou, sem sucesso, a transferência para um hospital mais adequado.
Ele contou: “Ela ligou e confirmou, eles [Afogados] sabem. Eles sabem que a gente não tem estrutura para comportar o bebê. O que acontece? Eu estava mais com a minha esposa no quarto, ia e voltava para saber como estava o andamento da situação. A médica ligou para Araripina, que seria o local mais perto para a transferência, mas Araripina disse que não tinha vaga e precisaria da autorização da central para fazer a transferência”.
O drama não terminou aí. Matheus seguiu detalhando a luta da família para obter ajuda: “A médica de Salgueiro começou a ligar para a central. A gente ficou de meio-dia até quase 5h da tarde tentando contato. Quando finalmente alguém atendia, a ligação caía. Minha esposa ficou 5 horas jogada em cima de uma maca, em Salgueiro, aguardando”.
Após conseguir um senha para o Recife, durante o trajeto em um momento de desespero, Matheus relatou que a opção foi parar no HOSPAM, em Serra Talhada.
“Chegando lá, a forma como foram recebidos foi incrível. O hospital, a equipe, tudo. Eles abraçaram a causa e correram para salvar minha esposa e filha”, relatou.
Apesar da luta desesperada, o bebê foi salvo graças à intervenção da equipe médica, que não hesitou em realizar uma cesárea urgente. O médico, doutor Túlio, explicou: “Por mais que o bebê fosse muito pequeno e prematuro, precisamos fazer a cesárea, sua esposa tá sofrendo demais”. Matheus lá não hesitou: “Pode fazer a cesárea”.
Matheus , embora abalado pela perda da esposa, expressou profunda gratidão ao hospital HOSPAM e à equipe médica que lutou pela vida de sua filha.
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