A crise no transporte escolar de Serra Talhada se intensificou nesta segunda-feira (24). Motoristas que realizam o serviço para a rede municipal de ensino anunciaram a paralisação das atividades devido à falta de pagamento da Prefeitura. A denúncia recebida pela nossa equipe aponta que os profissionais estão há quatro meses sem receber e decidiram suspender os trabalhos até que a situação seja regularizada.

Uma mensagem que circula em grupos de WhatsApp confirma a paralisação:

“Passando para informar que segunda-feira não haverá transporte por falta de pagamento da Prefeitura, os motoristas não estão recebendo e eles não vão rodar enquanto não receberem.”

No grupo, a insatisfação é evidente. A usuária Rosa comenta:

“Muito bem, tem que parar mesmo.”

Já Fátima reforça a gravidade da situação:

“Verdade, não dá pra trabalhar sem receber não. Mas as crianças que puderem ir, nós vamos estar na escola. A maioria não tem como ir.”

A falta do transporte escolar pode prejudicar centenas de alunos que dependem do serviço para frequentar as aulas. Gerlayne, outra participante do grupo, questiona sobre como será tratada a questão das faltas:

“Boa tarde. As crianças que não tiverem como ir, as faltas serão…”

O problema ocorre em meio a um cenário já conturbado na educação municipal. Os professores, liderados pelo Sintest, também estão mobilizados e reivindicam direitos da categoria.

Na pauta, os professores cobram a implementação do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR), o descongelamento das progressões, a incorporação salarial e melhores condições para carga horária e planejamento escolar. Contudo, até o momento, a gestão municipal não apresentou nenhuma solução concreta, o que tem gerado insatisfação e revolta entre os docentes.

A posição da Secretaria de Educação

Em resposta ao nosso contato, o secretário de Educação de Serra Talhada, Edmar Júnior, confirmou que há um débito referente ao mês de dezembro e explicou que a Prefeitura tem enfrentado dificuldades para realizar os pagamentos devido a uma liminar judicial que impede o uso de determinados recursos para quitar os valores do transporte escolar.

“Infelizmente ficou o mês de dezembro sem pagamento. Semana passada fechou mais um boletim de medição do transporte. Como temos uma liminar proibindo utilizar alguns de nossos recursos para pagamento do transporte, estamos tentando destravar isso com nosso jurídico”, explicou Edmar.