Em entrevista ao podcast ElesPOD, com Júnior Campos e Marina Ferraz, o enfermeiro obstetra João Antônio Pramistetra, coordenador do recém-inaugurado Centro de Parto Normal (CPN) de Serra Talhada, detalhou como funciona o equipamento, tirou dúvidas sobre parto normal e cesárea, e fez um apelo à confiança da população e dos profissionais de saúde: “Não é porque existe checklist do Ministério da Saúde que vamos nos limitar a isso. Tudo ali foi pensado para dar certo — e com segurança”.
João Antônio iniciou explicando a diferença entre uma maternidade tradicional e o centro de parto: “A maternidade tradicional é o local que tem assistência integral ao parto — seja ele de baixo ou alto risco, incluindo o parto cirúrgico, que é a cesariana. Já no Centro de Parto, a assistência é voltada exclusivamente para partos de baixo risco”.
Segundo ele, são consideradas gestantes de baixo risco aquelas que não apresentaram intercorrências durante a gravidez, como hipertensão, diabetes, infecção urinária, abortos ou partos cesáreos anteriores. “Essas gestantes são acompanhadas pela atenção básica e, se estiverem dentro dos critérios, começam a ser direcionadas para o nosso centro, onde passam a conhecer a estrutura e podem ter seu parto realizado lá”, afirmou.
Sobre a autonomia da mulher em escolher a via de parto, João foi direto: “Lá no nosso Centro de Parto, só vai quem quiser ter parto normal. Se a mulher não quiser, ela nem é direcionada para lá. Vai ser orientada pela atenção básica a procurar a maternidade quando entrar em trabalho de parto. A via de parto é respeitada, sempre.”
O enfermeiro também explicou a mudança de nomenclatura do equipamento: “Antes, na antiga Rede Cegonha, se chamava casa de parto. Com a remodelação da rede, que agora se chama Rede Aline, o nome passa a ser Centro de Parto Normal. Mas a filosofia permanece: acolhimento, segurança e humanização.”
Estrutura moderna e equipada
O coordenador revelou que a estrutura do centro surpreende até mesmo os padrões exigidos pelo Ministério da Saúde. “Muita coisa do checklist a gente já contempla. Mas tem coisa que nem está no checklist e que a gente colocou por precaução. Temos base de emergência, cinco apartamentos equipados com cardioversor, monitor cardíaco, fototerapia, cardiotocógrafo, incubadora neonatal de última geração, além de carro de parada de emergência lacrado — que espero nunca precisar ser aberto”, pontuou.
Em caso de intercorrência, o plano é claro: estabilizar a paciente e encaminhá-la com segurança à maternidade de referência. “A parceria com o Hospam está mantida. E nossa equipe está preparada para agir com rapidez e eficiência.”
Relação com a classe médica
João Antônio também comentou sobre a relação com os médicos obstetras e pediatras da cidade: “Todos foram convidados para a inauguração. Alguns compareceram, conheceram a estrutura. A gente espera construir uma relação tranquila, de parceria, porque todos nós estamos do mesmo lado — o da saúde da mulher e do recém-nascido.”
“Desde a inauguração, diversas mulheres já visitaram o espaço e demonstraram interesse em ter seus partos realizados no local. “É um avanço para Serra Talhada. A mulher tem mais uma opção segura, acolhedora e equipada para viver o momento mais importante da sua vida com dignidade e respeito”, finalizou.
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