Foi absolvido, nesta quinta-feira (29), pelo Tribunal do Júri da Comarca de Flores, no Sertão do Pajeú, Janailson Belchior de Torres, conhecido como “Nego de Sineuza”. Ele era acusado de matar, com golpes de faca, Gabriel Jocimá Figueiroa da Silva, de 26 anos, e Genildo Figueiroa da Silva, de 44, durante os festejos juninos, na madrugada de 21 de junho de 2023, na Praça Padre Cícero.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o crime foi classificado como duplo homicídio qualificado, com as agravantes de motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.

A defesa contestou as qualificadoras e alegou legítima defesa, mas teve o pedido de desclassificação negado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, que manteve o julgamento pelo júri popular.

A sessão foi presidida pela juíza Ana Carolina Santana e atraiu grande público, entre familiares das vítimas e moradores da cidade.

O julgamento também marcou a estreia no plenário do advogado Luiz Gonzaga de Medeiros Neto, que assumiu a defesa do réu após sua aposentadoria como servidor do Tribunal de justiça de Pernambuco – TJPE. Natural de Flores, Luiz Gonzaga é filho do agricultor Zé Duro e contou com a atuação do advogado auxiliar Emanuel Fagner.

Em plenário, a promotoria pediu a condenação do réu conforme a pronúncia, com exceção das qualificadoras no caso da vítima Genildo Figueiroa. A defesa, por sua vez, alegou que o réu não teve outra escolha a não ser agir como agiu e, em segundo plano, pediu que fossem retiradas as circunstâncias que agravavam o crime.

Após votação secreta, o Conselho de Sentença decidiu, por maioria, absolver Janailson Belchior de Torres das acusações. Com a decisão soberana do júri, ele foi declarado inocente das imputações e deixa o processo sem condenação.

O caso, de forte repercussão local, agora entra para a história do Fórum Desembargador Adauto Maia como um dos julgamentos mais marcantes dos últimos anos.