Hoje, navegando pelo Instagram, me deparei com uma publicação que me encheu de alegria e orgulho. Era do meu amigo de infância, Bruno Araújo. Crescemos juntos em Flores, no Sertão do Pajeú, dividindo sonhos, memórias e muitas partidas de futebol na Rua Siqueira Campos, às margens do Rio Pajeú. A infância nos uniu, e a vida, de tempos em tempos, nos proporciona reencontros.
Ainda adolescentes, tomamos rumos parecidos e fomos estudar na capital. O destino nos colocou na mesma faculdade — eu cursando Administração e ele, Direito. Assim como em Flores, a música nos manteve próximos: tocávamos na igreja e fazíamos parte do Coral Jovem da Assembleia de Deus. Por muito tempo, compartilhamos não só a fé, mas também a amizade e o amor pela arte.
Depois, retornamos a Flores, onde um novo capítulo começou. Montamos uma agência juntos. Eu já tinha algumas máquinas fotográficas e me lembro, como se fosse hoje, do dia em que Bruno olhou para mim e disse, com convicção:
— Bicho, eu vou viver de fotografia. Vou me dedicar a isso.
Mesmo diante dos desafios da pandemia, ele se dedicou. Juntos, investimos em novos equipamentos; ele estudou incansavelmente, experimentou, aprimorou seu olhar e, aos poucos, foi construindo uma trajetória brilhante. Até que, mais uma vez, tomamos caminhos diferentes: eu permaneci em minha cidade, enquanto ele retornou ao Recife, onde se consolida como um dos grandes fotógrafos do estado.
Bruno montou seu estúdio no Recife Antigo e, hoje, está entre os melhores. Seu trabalho fala por si: suas lentes capturam momentos, olhares, sentimentos. Agora, em um reconhecimento mais que merecido, sua fotografia estampa o palco do maior Carnaval do mundo, o de Recife. Ele registrou grandes artistas que se apresentaram na festa, e essa consagração não poderia ter vindo em um momento mais simbólico.
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Afinal, Bruno carrega no sangue a cultura do Carnaval. Ele é neto dos carnavalescos Raulino e Neves. Ambos já são saudosos, mas deixaram um legado cultural que segue vivo. Sua avó, inclusive, liderou um bloco na década de 1940, que até hoje é lembrado na cidade. O Carnaval sempre fez parte de sua história, e talvez essa seja a forma de o destino celebrar essa conexão, fazendo jus à herança que ele carrega.
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Hoje, faço esse registro não apenas como amigo, mas como alguém que acompanhou de perto a trajetória de Bruno. Sei da sua dedicação, do seu talento e da sua essência. Ele não é apenas um fotógrafo excepcional, dono de uma técnica impecável e de um olhar apurado. É também um ser humano incrível, de um coração gigante.
Ver seu sucesso me enche de felicidade. Você nasceu para brilhar, irmão!
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