O vice-prefeito de Serra Talhada, Márcio Oliveira, publicou uma nota em que se posiciona sobre os rumos da gestão local e sobre as questões políticas internas. Em meio a um contexto de disputas para definir o sucessor do prefeito Luciano Duque nas eleições municipais, Oliveira afirmou que deixará de ser pré-candidato a prefeito, após divergências quanto à condução do processo de escolha do candidato apoiado pela gestão.

Segundo Márcio Oliveira, a decisão de retirar-se da pré-candidatura foi baseada na constatação de uma disparidade nas condições de disputa. Ele afirmou que, desde o final de 2018, havia sido indicado que o governo escolheria um nome para apoiar na sucessão de Duque, mas o prazo para essa decisão foi alterado, coincidindo com o surgimento da pré-candidatura de Márcia Conrado, então gestora do Fundo Municipal de Saúde.

Márcio expôs que, desde então, as diferenças de estrutura entre os postulantes se tornaram evidentes, e ele chegou a questionar essa situação diretamente ao prefeito e aos outros pré-candidatos, incluindo Conrado. “Nada foi feito, pois, no meu entendimento, não temos uma disputa de pré-candidaturas, mas a tentativa de legitimação de uma candidata já escolhida”, declarou o vice-prefeito.

Em seu comunicado, Oliveira reiterou seu compromisso com a gestão atual e com o bem-estar de Serra Talhada, destacando sua lealdade e transparência ao longo de sua trajetória política. Ele fez questão de esclarecer que não questiona a autonomia do prefeito para escolher o nome que considera mais adequado, mas ressaltou que, devido à falta de igualdade de condições, optou por retirar sua pré-candidatura.

Abaixo, a íntegra da nota emitida pelo vice-prefeito:

NOTA DO VICE-PREFEITO MÁRCIO OLIVEIRA

Vamos começar pelo fim: reafirmo meu compromisso com a gestão do prefeito Luciano Duque e tenho muito orgulho de compor a equipe que se esforça tanto para fazer, a cada dia, uma Serra Talhada melhor. Tenho respeito e muita admiração pelo gestor e também por cada uma das demais pessoas que compõem o Governo. Da minha parte, nenhuma possibilidade de rompimento.

Por várias entrevistas em rádio ficamos sabendo que teríamos uma escolha, ao final de 2018, do candidato que iria receber o apoio do governo nas eleições de 2020. Ocorre que o prazo mudou e, por “coincidência do destino”, a pré-candidatura da gestora do Fundo Municipal de Saúde apareceu.

Desde esse momento, as reclamações por diferença de estruturas se acentuaram. Da minha parte, questionei também esta diferença. Inclusive ao Prefeito, na presença dos demais postulantes, inclusive da Gestora do Fundo Municipal de Saúde. Nada foi feito, pois, no meu entendimento, não temos uma disputa de pré-candidaturas, mas a tentativa de legitimação de uma candidata já escolhida.

Não quero, nem vou, questionar a autonomia de quem tem a legitimidade de direcionar o caminho, tampouco quero questionar as preferências de quem quer que seja. Da minha parte, por entender que assim é, só reafirmo que entendo ser fictícia a “disputa” e que, portanto, me retiro “dela”. Não há verdadeira disputa, sem condições semelhantes de disputar.

Reafirmo, não sou mais pré-candidato a prefeito. Da parte da Gestora do Fundo Municipal de Saúde só questionei uma coisa diretamente a ela: ter recebido o estímulo e vários tapinhas nas costas com a afirmação do apoio à minha pré-candidatura, quando, na verdade, a articulação era o oposto.

A minha decisão foi comunicada ao Prefeito na última terça-feira, dia 15 de janeiro, e reafirmei, pessoalmente, ontem (18/01), na presença de Luciano Duque, sua esposa e Márcia Conrado. Todas as palavras escritas aqui foram ditas frente a frente a cada uma das três pessoas mencionadas.

Assumo vários defeitos meus, mas tenho trilhado um caminho da verdade, lealdade e companheirismo e, cada dia mais, comprometido com o melhor para nosso povo.

Sempre grato,

Márcio Oliveira