A entrevista coletiva concedida na última terça-feira (27) pelos deputados Coronel Alberto Feitosa (PL), Antonio Coelho (União Brasil) e Waldemar Borges (PSB), presidentes das Comissões de Justiça, Finanças e Administração Pública da Alepe, voltou a repercutir na reunião plenária desta quarta (28). No encontro com a imprensa, os parlamentares anunciaram uma representação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) contra o Governo de Pernambuco, por suposto desvio de finalidade na aplicação de recursos de um empréstimo de R$ 1,7 bilhão contratado com a Caixa Econômica Federal.
Segundo os deputados, R$ 611 mil teriam sido destinados à compra de licenças e instalação de softwares pela Secretaria da Casa Civil, em vez de serem aplicados em programas sociais, como previa o objeto do financiamento.
A líder do Governo na Alepe, deputada Socorro Pimentel (União), rebateu duramente as acusações e classificou a iniciativa dos oposicionistas como “eleitoreira”. Em defesa da gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB), Pimentel explicou que, embora tenha havido autorização para contratar até R$ 9,2 bilhões em empréstimos, apenas R$ 2,3 bilhões foram efetivamente depositados nos cofres públicos até o momento — e, destes, R$ 2 bilhões já foram utilizados em obras de infraestrutura, como a duplicação da PE-15, a requalificação da PE-60 e o programa Morar Bem – Entrada Garantida.
“Não há desvio, não há irregularidade, não há má gestão. O que existe é uma tentativa clara, orquestrada e eleitoreira de transformar esta casa em um palanque, de distorcer dados técnicos, de plantar narrativas falsas, e de atacar um Governo que tem trabalhado com seriedade para recuperar um Estado que passou anos abandonado”, disparou a líder governista.
Críticas da oposição
Em resposta, o deputado Antonio Coelho reafirmou o papel do Legislativo como fiscalizador das ações do Executivo e questionou a lentidão na execução dos empréstimos autorizados. Para ele, o não uso integral dos valores já contratados compromete o desenvolvimento de Pernambuco.
“A demora na execução, por si só, já constitui um dano ao erário e ao povo de Pernambuco. Além de descumprir a lei autorizativa, o Governo desonra a expectativa do Parlamento, ao desvirtuar a aplicação dos recursos”, criticou.
Na mesma linha, o deputado Romero Albuquerque (União) cobrou mais celeridade na execução das verbas e lançou um questionamento: “Para que mais empréstimos, se nem o que foi autorizado está sendo usado?”
O deputado Edson Vieira (União) reforçou a necessidade de mais transparência quanto ao destino dos recursos. “Simplesmente é o papel deste Parlamento: querer mais clareza do ponto de vista do que está sendo aplicado.”
Já o deputado Coronel Alberto Feitosa condenou o Governo por, segundo ele, perder prazos importantes. “A primeira captação foi feita 15 meses após a contratação. Isso é um ano e três meses para gastar recursos que poderiam ser usados na agricultura familiar, no agronegócio e em outras áreas essenciais.”
Defesa tucana
A deputada Débora Almeida (PSDB) saiu em defesa da gestão estadual e afirmou que as críticas da oposição têm motivação política. “A oposição aqui não quer que a governadora Raquel Lyra tenha condições de realizar e concretizar aquilo que ela se comprometeu com o povo de Pernambuco. Estão tentando construir uma narrativa que não condiz com a realidade.”
O mesmo entendimento foi compartilhado por Socorro Pimentel, que em aparte ao discurso de Antonio Coelho reforçou: “Estamos diante de um ataque político, que tenta fragilizar um governo sério e comprometido com a reconstrução de Pernambuco.”
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