Duas cadeiras do Senado Federal serão renovadas em 2026. Em Pernambuco, são Humberto Costa (PT) e Fernando Dueire (MDB) quem deixam a Câmara Alta após o mandato de oito anos. Ambos já declararam suas intenções de buscar a reeleição, mas disputam vagas nas principais chapas majoritárias do Estado numa dança das cadeiras contra nomes como Miguel Coelho (União Brasil), Silvio Costa Filho (Republicanos), e Marília Arraes (Solidariedade).

Chapa tucana

Na suplência desde 2018, Dueire chegou ao Senado após a renúncia de Jarbas Vasconcelos em 2023, e tenta garantir condições de sustentar sua candidatura à reeleição em 2026. Apesar de alas do MDB estarem aliadas ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), o senador está fechado com a governadora Raquel Lyra (PSDB).

Durante o Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas organizado pelo Governo Federal em Brasília, a tucana se reuniu com Dueire e o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi para discutir o alinhamento de sua gestão com os emedebistas.

A mudança de legenda da governadora para se aproximar do Governo Lula é especulada há meses. Entretanto, com o distanciamento do PSD e as duras críticas feitas pelo presidente nacional Gilberto Kassab, e a aproximação do MDB, que chega a pleitear a vice-presidência da República, também cresceram os rumores de uma ida ao MDB. Se forem correligionários, Dueire pode garantir uma vaga na chapa de Lyra, mantendo-o na disputa.

A chapa de Raquel também pode ser cobiçada pelo senador Humberto Costa. Nos bastidores, os petistas estariam aguardando uma declaração da governadora de que estaria no palanque do presidente Lula em 2026 para acertar uma mudança de alianças para 2026.

Além disso, a CNB – corrente majoritária do PT – já foi preterida por João Campos na composição de seu secretariado municipal em prol de outras siglas. Com outras três opções mais compatíveis no horizonte, o petista poderia acabar ficando de fora da chapa socialista.

Ainda, o Partido Progressistas deve pleitear uma vaga na chapa. O nome mais provável a ser lançado é o do deputado federal Eduardo da Fonte, que chegou a desenhar uma candidatura na última eleição, mas recuou.

Chapa socialista

Uma vaga para senador na chapa do prefeito do Recife parece já ter dono. O novo presidente estadual do União Brasil e ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, não fez mistério quanto a sua pretensão de chegar ao Senado em 2026.

Após se ver no centro de especulações por ter se reunido com Raquel Lyra em Petrolina, Coelho reforçou sua relação de reciprocidade com o PSB de João Campos – disparando uma indireta sobre a falta de articulação da tucana quando foi eleita. Em 2022, Miguel a apoiou no segundo turno das eleições, mas logo romperam.

Em entrevista à TV Nova Nordeste, o presidente estadual do PSB, deputado Sileno Guedes, também destacou a força política de Coelho, apesar de optar por deixar a discussão sobre o Senado para 2026.

Outro nome que deve lutar por uma vaga na chapa de João Campos é sua prima Marília Arraes (Solidariedade). Os herdeiros do ex-governador Miguel Arraes se reaproximaram depois da derrota da vice-presidente estadual do Solidariedade na disputa pela Prefeitura do Recife em 2020, e pelo Governo do Estado em 2022. Em 2024, Marília apoiou a reeleição de João, e os primos estiveram lado a lado, de mãos dadas, em fotos e comícios.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), também deve pleitear uma vaga ao Senado na chapa do recifense, mas afirmou diversas vezes que a decisão sobre o tema será tomada em 2026 junto ao presidente Lula. Em entrevista à Rádio Folha em 2024, chegou a dizer que o projeto do Republicanos no Estado estava ligado ao PT.

A entrada de Raquel Lyra no MDB poderia fortalecer sua base de apoio, considerando a aproximação nacional do partido com o governo Lula, especialmente se o MDB assegurar a vaga à vice-presidência da República, diminuindo o espaço de influência do PSB tanto no estado quanto no cenário nacional.

Com informações Guilhermes Anjos