A votação do Projeto de Resolução (PR) nº 2.729/2025, que aprova a indicação do novo administrador geral de Fernando de Noronha, foi motivo de discussão acalorada durante a reunião da Comissão de Justiça da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), realizada nesta terça-feira (15). O projeto, encaminhado pelo Poder Executivo em 27 de março, ainda não foi incluído na pauta do colegiado.

Desde o dia 28 de janeiro, o arquipélago está sem administrador geral. O indicado atual para o cargo é o advogado Virgílio de Almeida. Anteriormente, o Governo do Estado havia indicado Walber Santana, então secretário executivo da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha, mas o nome foi retirado na véspera da sabatina que seria realizada pela Comissão.

Durante a reunião, deputados da base governista cobraram a apreciação do novo nome. O deputado Antônio Moraes (PP) solicitou que o projeto fosse colocado em votação. Parlamentares como João Paulo (PT), Renato Antunes (PL) e Débora Almeida (PSDB) também manifestaram apoio à análise da indicação.

Débora Almeida defendeu que a Comissão deve se ater à análise dos requisitos técnicos para o cargo. “A esta Comissão cabe analisar se a pessoa indicada atende aos requisitos do cargo. A discricionariedade cabe à governadora, que é a quem compete fazer a indicação”, afirmou.

Por outro lado, o presidente da Comissão, Coronel Alberto Feitosa (PL), criticou a condução do processo por parte do Governo. “Considerei um desrespeito com esta Casa. A pauta é uma prerrogativa do presidente da Comissão. Estou conversando com outros parlamentares e tentando construir um momento propício para a votação”, disse.

Na mesma linha, o deputado Rodrigo Farias (PSB) destacou que o projeto será pautado “no tempo certo”, indicando que ainda não há consenso para avançar com a votação.

Enquanto o impasse político continua, Fernando de Noronha segue sem comando formal na administração geral, situação que, segundo parlamentares, precisa ser resolvida com urgência para garantir a governança e continuidade das ações públicas no arquipélago.