A movimentação na Associação Municipalista de Pernambuco ontem, em sua primeira reunião ordinária de 2025, apontou que parte do legado de José Patriota (1960-2024) não vai sobreviver. Ex-prefeito, ex-deputado, presidente da Amupe por dez anos, o pajeuzeiro sempre pregou o diálogo e o consenso. 

Em uma de suas últimas iniciativas pacificadoras, uniu os prefeitos Marcelo Gouveia (Podemos) e Márcia Conrado. Eles disputavam a presidência da associação e acabaram compartilhando o mandato.  

Conversas não faltam, mas um entendimento entre Marcelo Gouveia, ex-prefeito de Paudalho, e Pedro Ermírio Freitas (PP), prefeito de Aliança, parece cada vez mais distante. Os passos de ambos não convergem. 

Ermírio afirma não querer projeto pronto e ressalta ser hora de inovar. Quer mudar o estatuto e impedir ex-prefeitos na disputa. Gouveia vê potencial no adversário, mas acha ser precoce entrar no páreo quem ainda desconhece as dores do Executivo.

Os dois se articulam e já começam a montar a chapa para a eleição no próximo mês, ainda sem data definida. Ermírio terá como vice a prefeita de Igarassu, Elcione Ramos (PSDB), que é ligada à governadora Raquel Lyra (PSDB) e faz parte da atual diretoria. 

Josafá Almeida, prefeito de São Caetano e integrante da Confederação Nacional de Municípios (CNM) deve ser o vice de Gouveia. Mas já se disse disposto a abrir mão do espaço e escolher o que for melhor para a associação.  

Ontem três prefeitos se voluntariaram a integrar a comissão das eleições:  Joel Gonzaga (PSD), de Feira Nova; Lula Cabral (SD), do Cabo de Santo Agostinho;  e Zé Martins (PSB), de João Alfredo. 

AINDA SEM DESTINO

Em meio a rumores de que também poderia disputar a presidência da Amupe, a prefeita de Serra Talhada, Márcia Contado (PT), conversou com Marcelo Gouveia e com Pedro Ermírio, mas ainda não sabe para onde vai. Admite que um ano é insuficiente para imprimir marca na Amupe e não aposta mais em mandato compartilhado.

Com informações de Betânia Santana