Faltando uma semana para a posse do governo Raquel Lyra (PSDB), a coordenadora do grupo de transição, a vice-governadora eleita Priscila Krause (Cidadania), apresentou, na tarde desta segunda-feira, o balanço das atividades realizadas pela equipe, iniciadas em sete de novembro. Obras paralisadas com comprometimento de R$ 5 bilhões em recursos públicos, dívidas com municípios, aumento “descontrolado” das despesas foram alguns dos déficits da gestão Paulo Câmara (PSB) revelados durante coletiva de imprensa realizada no Escritório de Transição, no bairro de Santo Amaro, no Recife.
Dividido por tópicos apresentados em slides, alguns dados do balanço realizado pela equipe de transição chamavam atenção pelos números apurados, a exemplo das 400 obras paralisadas em Pernambuco que envolvem R$ 5 bilhões em recursos desembolsados. Perante a situação que o estado atravessa, os números divulgados sobre a gestão do PSB ressoam sobre a avaliação de Paulo Câmara a respeito dos seus dois mandatos consecutivos . “Saio de cabeça erguida”, afirmou o socialista em entrevista ao Diario na última sexta-feira. “Estamos desdizendo através de números o que o governador disse”, retrucou Priscila Krause.
A análise do orçamento estadual também apontou um aumento de despesas acima da inflação em 2022, o que corresponde a R$ 6 bilhões quando comparado a 2021. Ainda foi constatado uma “subestimação de despesas futuras”, já que “o Projeto de Lei Orçamentária 2023 não está fixando devidamente as despesas correntes, a diferença pode ser de até R$ 4 bilhões”. A gestão socialista também se despede do governo deixando dívida de mais de R$ 200 milhões referente ao Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM) de 2014 e 2015.
“Há uma disparidade muito grande entre o discurso de um estado equilibrado com a realidade com que o povo pernambucano vive com todos esses indicadores sociais “, disse Priscila. “Todos os números da vida real das pessoas não condizem com o que é posto como sendo uma realidade fiscal e orçamentária de Pernambuco”, completou.
Considerados “desafios urgentes”, áreas como Saúde, Educação e Segurança Pública também apresentam dados preocupantes de acordo com informações repassadas pela equipe de transição. Má qualidade da infraestrutura das unidades de saúde, necessidade de avanços na aprendizagem em Língua Portuguesa e Matemática, aumento de homicídios e feminicídios são alguns dos principais gargalos a serem trabalhados pela gestão de Raquel Lyra, que será empossada governadora no próximo dia 1 de janeiro de 2023.
A respeito das providências tomadas ao longo das semanas de trabalho, o grupo de transição destacou o “pedido de suspensão de atos administrativos pela atual gestão”, como, por exemplo, “licitações e contratações de serviços não-essenciais, operações de crédito, desapropriações de imóveis, acordos judiciais e extrajudiciais e qualquer ato que implique em aumento de despesas com pessoal”. Outras medidas adotadas foram o repasse das informações colhidas aos Órgãos de Controle, bem como o pedido de providência e acompanhamento das ações a serem tomadas nos últimos dias do ´último mandato de Paulo Câmara à frente do Executivo Estadual.
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