Durante coletiva de divulgação do plano de vacinação contra a Covid-19 de São Paulo, o governador João Doria (PSDB) afirmou que não irá negar vacina a nenhum brasileiro que procurar os postos de saúde de SP para receber a CoronaVac.
“Todo e qualquer brasileiro que estiver em solo do estado e pedir a vacina, vai receber gratuitamente. Não precisará comprovar residência em São Paulo. Fazemos parte do Brasil, respeitamos todos os brasileiros e aqui vacinaremos todos que precisarem ser vacinados”, afirmou Doria.
Os interesses, no entanto, precisarão respeitar uma ordem de prioridade, a mesma estabelecida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) para as futuras aplicações contra a covid. A campanha, separada em fases, está planejada para começar em 25 de janeiro de 2021 com aplicações em profissionais de saúde, indígenas e pessoas com mais de 60 anos.
Os três grupos representam um total de nove milhões de pessoas em SP. Serão nove semanas de primeira fase, com cada pessoa recebendo duas doses da CoronaVac, vacina chinesa com parceria do Instituto Butantan.
Cronograma
Em 25 de janeiro, começam a receber a primeira dose os profissionais de saúde e indígenas. Em seguida, a prioridade de vacinação é para idosos com 75 anos ou mais, marcada para 8 de fevereiro. Pessoas entre 70 e 74 anos recebem a primeira dose em 15 de fevereiro; de 65 a 69 anos, 22 de fevereiro; e de 60 a 64, em 1º de março. As segundas doses estão marcadas para ocorrerem 21 dias após a aplicação da primeira.
A vacina será de graça e disponibilizada pelo sistema público de São Paulo. Também serão distribuídas, inicialmente, quatro milhões de doses a outros estados que tiverem interesse. “Já temos oito estados que solicitaram a vacina CoronaVac ao Instituto Butantan. Alguns governadores vieram até aqui, pessoalmente, tratar deste assunto conosco”, disse Doria, citando o novo prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), e o de Curitiba, Rafael Greca (DEM).
Rede privada
A rede privada de saúde também poderá contribuir com a campanha, mas longe dos interesses comerciais, como ressaltou o coordenador-executivo do comitê de contingência da covid-19 de São Paulo, João Gabbardo. “Clínicas privadas que quiserem participar, poderão, mas de forma gratuita, não será para fazer atendimento dos seus clientes.
Não existe possibilidade da utilização dessa vacina, nesse momento, de forma particular ou que haja qualquer tipo de cobrança. Até porque se entrarmos com solicitação de uso emergencial, essa é uma das condições: a gratuidade na disponibilização”.
Apesar das organizações locais e tratativas diretas com outros estados, a grande pressão do governo de SP continua sendo pela incorporação da CoronaVac ao PNI. O secretário de saúde, Jean Gorinchteyn, reitera, no entanto, que não há nenhuma formalização até o momento. “O que nós temos são tratativas que vieram acontecendo, sem nenhum aceno formal de que haverá ou não aquisição dessas vacinas para inserção no programa nacional. Nós temos pressa e essa pressa está relacionada a vidas. Desta maneira, não tem coerência alguma termos a vacina produzida aqui, sabendo que é segura e eficaz, e termos, ao mesmo tempo, mortes acontecendo. Precisamos vacinar”.