Pernambuco completou três meses registrando mais de 90% de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os dados são referentes à rede pública dedicada a pessoas com sintomas de Covid-19. Os altos índices de pessoas internadas ocorreram mesmo diante de um aumento de 72% na oferta de vagas, já que, em cinco meses, houve 118% de aumento no número de doentes.
A última vez em que Pernambuco teve menos que 90% de ocupação das UTIs foi em 25 de fevereiro de 2021. Nesse dia, havia 998 vagas de terapia intensiva disponíveis na rede pública, das quais 888 estavam sendo utilizadas. Isso representava 89% do total.
Na terça-feira (25), de acordo com o boletim mais recente da Secretaria Estadual de Saúde (SES), havia 1.718 leitos e, desse total, 98% estavam ocupados. Isso significa que foram abertas cerca de 720 novas vagas em três meses.
No entanto, mesmo com a ampliação da rede de saúde, o estado tem batido recordes de pessoas na fila por uma vaga de UTI. Na manhã desta quarta-feira (26), havia 360 pessoas esperando vagas em UTIs. Dessas, 23 são crianças, 14 são recém-nascidos e 323 são adultos.
e acordo com o governo do estado, apesar de a ocupação de leitos ser menor que 100%, existe fila nas UTIs porque as vagas remanescentes, que compõem o percentual, geralmente já estão reservadas para doentes graves.
Os dados divulgados pela Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), com base nos boletins da Secretaria Estadual de Saúde, também mostram que, até então, o maior período em que o estado havia registrado ocupação continuamente maior que 90% foi entre 16 de abril e 13 de junho de 2020. Foram 58 dias consecutivos.
Essa época era considerada pelo governo de Pernambuco a primeira fase aguda da pandemia. Os patamares, no entanto, eram consideravelmente menores do que os deste ano. Havia, em 13 de junho de 2020, 721 leitos, dos quais 678 utilizados. A ocupação era de 94%.