O Nordeste foi responsável pela virada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), no resultado da apuração dos votos da eleição presidencial na noite desse domingo (2). Bolsonaro liderava enquanto as urnas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste eram apuradas. No entanto, a região do Nordeste deu 10,96 pontos de vantagem a Lula em relação a Bolsonaro, fazendo com que o petista assumisse a liderança dos votos.
O resultado final no Nordeste é o dobro da diferença final entre os candidatos. No Brasil inteiro, Lula ficou 5,19 pontos à frente do ex-capitão. Por isso, sem os votos em massa dos nordestinos, o petista teria ficado em segundo lugar no pleito de ontem.
No entanto, o resultado final das urnas fez com que alguns apoiadores de Bolsonaro atacassem a região. Nas redes sociais, a palavra “nordestino” está entre as mais comentadas, com pessoas xingando e outras defendendo. Entre as ofensas, muitos associaram a fome e a miséria com o voto em Lula.
O comentarista Rodrigo Constantino, apoiador entusiasta de Jair Bolsonaro, foi um dos que fizeram a relação. Em sua afirmação nas redes sociais, Constantino ressaltou que “a parte do país que mais recebe assistencialismo decide sobre a parte do país que mais produz para o PIB.”
Lula venceu em todos os estados do Nordeste, enquanto Bolsonaro teve seu melhor desempenho no Centro-Oeste e no Sul, onde angariou a maior parte dos votos em todos os estados das duas regiões e no Distrito Federal.
No Sudeste, maior colégio eleitoral do Brasil, Bolsonaro ficou à frente em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Lula, no entanto, venceu em Minas Gerais.
O Norte foi a região mais dividida, com o petista à frente em quatro estados (Amapá, Amazonas, Pará e Tocantins); e o presidente, em três (Acre, Rondônia e Roraima).
Contudo, o Nordeste é a região do país onde Bolsonaro mais ganhou votos em relação ao primeiro turno de 2018: 1,32 milhão.