Diante do desembargador Airton Vieira, magistrado instrutor do gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes, em tom de desabafo, Torres negou que tenha sido conivente e omisso com os atos terroristas que atingiram as sedes dos três Poderes em 8 de janeiro e classificou a sucessão de fatos que levaram à sua prisão, por ordem de Moraes, como um “tiro de canhão” em seu peito.
“Quero dizer que não tenho nada a ver com os fatos, isso foi um tiro de canhão no meu peito, eu estava de férias, umas férias sonhadas por mim e pela minha família, isso foi um tiro de canhão no meu peito no segundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Brasília e esse atentado contra o país e eu fui responsabilizado por isso”, disse Anderson Torres na audiência de custódia.
“Até 15 dias atrás eu era Ministro da Justiça, hoje estou preso”, declarou em outro trecho da oitiva, na qual classificou a viagem de volta dos EUA como “um suplício”, “um negócio horroroso, que nem em pesadelo”.
“Desculpe o desabafo, mas sendo acusado de terrorismo, golpe de Estado?! Pelo amor de Deus, o que está acontecendo?! Eu não sei… Essa guerra que se criou no país, essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica, eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado e essa conta eu não devo”, disse.