Na sessão ordinária desta terça-feira, dia 27, a Câmara de Vereadores de Serra Talhada testemunhou um embate acirrado entre os parlamentares do Partido Progressista (PP) em relação à liderança da legenda no parlamento. O contexto político se intensificou com a recente mudança na presidência do partido, agora sob o comando do advogado Renato Godoy, aliado próximo do deputado estadual Luciano Duque.
O vereador André Maio (PP), fez uma intervenção contundente, destacando a falta de um processo democrático na escolha da liderança do partido na Casa Legislativa. Maio ressaltou que, apesar de respeitar as decisões internas do PP, a indicação de líderes sempre ocorreu de maneira indicativa, sem a realização de votações formais. Ele também afirmou que o PP se posiciona como oposição ao governo de Márcia Conrado em Serra Talhada.
“Eu peço a mesa, encarecidamente, que até se resolver isso, o PP não tenha líder nesta casa, porque me mostre aqui qualquer falar do líder do PP aqui que foi votado essa pauta. Foi escolhido, também, de forma política e não foi de forma democrática. Ninguém teve aqui eleição para escolher o atual líder do PP. Então até então, peço a esta casa, esta mesa que o PP esteja sem líder até segunda ordem”.
Por sua vez, o vereador Vandinho da Saúde enfatizou a ausência de definição clara sobre a liderança partidária na Câmara, destacando que, historicamente, nunca houve um líder de partido discursando após o líder da oposição. Vandinho demandou que a presidência da Casa resolva o impasse para evitar a continuidade do cenário político conturbado.
“Não há líder de partido definido ainda nesta casa. Nunca na história política de Serra Talhada houve um líder de partido falar depois do líder da oposição e agora… eu frequentava esta casa e nunca vi isso. Então, se Vossa Excelência, primeiro secretário da casa, questionou o ofício do partido PP a esta Casa, que não havia, que estava sendo feito um plano, uma lei, um regimento… não houve reunião com o PP indicando José Raimundo Filho para líder do partido. Portanto, até a presente data, não temos líder partidário aqui nesta casa. Se foi feito erroneamente, então eu peço a Vossa Excelência que acate o meu pedido, até resolver este impasse político aqui na câmara”.
Nailson Gomes (1ºSecretário) interveio propondo que a questão fosse decidida em votação pelo plenário, ressaltando a soberania do mesmo. No entanto, Vandinho da Saúde argumentou que qualquer decisão deveria estar em conformidade com o regimento interno da Câmara e também com o estatuto do partido.
A discussão ganhou ainda mais intensidade com a participação de Gin Oliveira, líder do governo, que questionou a postura de Vandinho, que justificou a intervenção por ser líder da oposição.
“Ele [Vandinho], nem é do PP. Eu não estou entendendo sua postura”, questionou.
O presidente da câmara, Manoel Enfermeiro, ao ser pressionado por Vandinho, afirmou que não acataria a demanda, levando a um novo embate sobre o cumprimento do regimento interno.
O impasse político na Câmara de Vereadores de Serra Talhada reflete as disputas internas no Partido Progressista, evidenciando divergências sobre a condução do grupo político e a representação da legenda no âmbito municipal.
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