O caso envolvendo o Partido Solidariedade de Serra Talhada ganhou novos desdobramentos nesta segunda-feira (27). Após a coligação majoritária Por Amor a Serra Talhada acusar o presidente do partido, Waldir Tenório Júnior, de supostamente utilizar candidaturas fictícias para preencher a cota de gênero e favorecer a eleição de sua esposa, a vereadora Juliana Tenório, a defesa do Solidariedade se manifestou publicamente, rebatendo as denúncias.
De acordo com a acusação inicial, Waldir Tenório teria articulado a candidatura de mulheres sem intenção real de concorrer, como Jéssica Bianca e Michele Barros. Ambas tiveram votações consideradas inexpressivas — Jéssica obteve apenas 12 votos — e, segundo a denúncia, não realizaram campanha própria, com indícios de que as candidaturas serviram apenas para cumprir formalidades da lei eleitoral. A coligação ainda aponta que Jéssica era subordinada de Waldir, o que, em tese, configuraria abuso de poder hierárquico.
A defesa do Solidariedade, no entanto, classificou as acusações como infundadas e afirmou que as candidatas contestadas participaram ativamente do processo eleitoral. Segundo a peça jurídica apresentada, as campanhas de Jéssica Bianca e Michele Barros foram impactadas por fatores externos, comuns a candidaturas de primeira experiência, o que justificaria os baixos desempenhos nas urnas.
Bloco de exclusividade: defesa apresentada no último dia de prazo
Tivemos acesso ao conteúdo da defesa apresentada por Waldir Tenório Júnior à Justiça Eleitoral. A manifestação foi protocolada na noite de ontem, último dia do prazo, após o recesso da Justiça Eleitoral. No documento, a defesa argumenta que a baixa votação não pode ser usada como critério isolado para comprovar fraude.
“É fato que as candidaturas de Jéssica e Michele não lograram êxito, mas isso não significa, automaticamente, que foram fraudulentas”, destaca um trecho da manifestação, que ainda rebate a narrativa de que as candidatas não fizeram campanha.
Redes sociais como prova: divergência de interpretações
Outro ponto polêmico das acusações envolve prints de postagens feitas por Jéssica Bianca nas redes sociais, onde ela declarava apoio à candidatura de Juliana Tenório, antes e depois da eleição. Para os denunciantes, as postagens reforçam que Jéssica não tinha interesse em sua própria candidatura. Já a defesa argumenta que o engajamento de Jéssica em outras campanhas é algo natural e não invalida sua candidatura.
Solidariedade mantém posição
O Solidariedade pediu que a Justiça Eleitoral desconsidere a denúncia, destacando que todas as candidaturas foram registradas de acordo com as exigências legais. Waldir Tenório Júnior e os advogados do partido afirmam que a acusação da coligação adversária é “atabalhoada” e tem motivações políticas, visando desestabilizar a imagem do partido.
Enquanto isso, o caso continua em análise na Justiça Eleitoral, e novas audiências devem ocorrer nos próximos dias. O desfecho poderá ter impacto direto na composição da Câmara de Vereadores de Serra Talhada, caso fique comprovada a irregularidade.
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