Faltando poucos dias para o fim do prazo, Serra Talhada executou apenas 27,11% dos recursos disponíveis no primeiro ciclo da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), programa federal que destina verbas anuais ao fomento da cultura nos municípios. A cidade recebeu R$ 677 mil, mas pouco mais de R$ 180 mil foram utilizados até o início de junho, segundo o painel do Ministério da Cultura.

A situação é preocupante: cidades que não aplicarem ao menos 60% dos recursos até 30 de junho podem ficar de fora do próximo repasse, perdendo a oportunidade de continuar fortalecendo suas ações culturais por meio de editais, premiações, feiras, festivais, oficinas e outras iniciativas.

Além de Serra Talhada, outras 43 cidades pernambucanas também estão em risco, incluindo Olinda, Vitória de Santo Antão, Carpina e Jaboatão. Em todo o país, a falta de estrutura técnica e jurídica nas gestões municipais tem sido apontada como um dos principais entraves para a execução dos recursos, além do desinteresse ou desconhecimento por parte da própria classe artística em algumas localidades.

A PNAB, criada em 2022, é fruto das experiências da Lei Aldir Blanc e da Lei Paulo Gustavo durante a pandemia e prevê o repasse de R$ 3 bilhões por ano até 2027. Os recursos devem ser aplicados obrigatoriamente em políticas públicas culturais estruturadas, com foco na valorização dos artistas, produtores e espaços culturais locais.

Em Serra Talhada, a demora na execução representa um prejuízo direto à classe artística local, que vê os recursos parados enquanto a cidade enfrenta carência de incentivo, formação e valorização cultural contínua. Sem ação imediata da administração pública municipal , Serra Talhada corre sério risco de perder o recurso restante e ficar de fora dos próximos ciclos, comprometendo o futuro do setor.

MUNICÍPIOS QUE EXECUTARAM MENOS DE 60% DOS RECURSOS DO CICLO 1 DA PNAB:

  • Olinda – 2,37% de R$ 2.346.696,24
  • Mirandiba – 2,46% de R$ 127.997,20
  • Vicência – 5,00% de R$ 226.585,62
  • Catende – 15,95% de R$ 269.670,74
  • Canhotinho – 17,01% de R$ 205.724,79
  • Vertente do Lério – 22,21% de R$ 71.243,15
  • Serra Talhada – 27,11% de R$ 677.385,35
  • Lajedo – 25,78% de R$ 313.482,16
  • Terezinha – 43,63% de R$ 65.077,92
  • Custódia – 45,14% de R$ 302.372,96
  • Vitória de Santo Antão – 40,78% de R$ 951.130,98
  • Itaíba – 48,03% de R$ 263.700,83
  • Cumaru – 48,63% de R$ 138.345,32
  • Carpina – 53,83% de R$ 592.188,06
  • Lagoa dos Gatos – 56,23% de R$ 127.448,52
  • Jaboatão dos Guararapes – 58,76% de R$ 4.086.464,55
  • Taquaritinga do Norte – 59,10% de R$ 208.125,97

MUNICÍPIOS QUE AINDA NÃO INICIARAM A EXECUÇÃO DO CICLO 1 DA PNAB:

  • Paulista – 0,00% de R$ 2.300.451,72
  • São Lourenço da Mata – 0,00% de R$ 798.453,16
  • Ipojuca – 0,00% de R$ 716.937,17
  • Goiana – 0,00% de R$ 593.622,33
  • Paudalho – 0,00% de R$ 432.000,52
  • Barreiros – 0,00% de R$ 325.546,36
  • Bonito – 0,00% de R$ 301.057,32
  • Glória do Goitá – 0,00% de R$ 244.214,02
  • Nazaré da Mata – 0,00% de R$ 251.889,58
  • Floresta – 0,00% de R$ 248.916,12
  • Água Preta – 0,00% de R$ 236.071,75
  • Macaparana – 0,00% de R$ 203.069,91
  • Lagoa Grande – 0,00% de R$ 204.302,95
  • Manari – 0,00% de R$ 193.501,31
  • Parnamirim – 0,00% de R$ 163.111,78
  • Camocim de São Félix – 0,00% de R$ 156.073,39
  • Iati – 0,00% de R$ 154.574,87
  • Riacho das Almas – 0,00% de R$ 175.046,94
  • Jupi – 0,00% de R$ 134.858,58
  • Maraial – 0,00% de R$ 90.752,94
  • Santa Cruz da Baixa Verde – 0,00% de R$ 103.779,55
  • Barra de Guabiraba – 0,00% de R$ 116.770,00
  • Inajá – 0,00% de R$ 213.217,44
  • Palmeirina – 0,00% de R$ 68.133,99
  • Ibirajuba – 0,00% de R$ 68.777,06
  • Granito – 0,00% de R$ 67.756,41

* Valores foram atualizados entre o final de maio e começo de junho.