A cultura em Serra Talhada voltou a ser tema de críticas durante o episódio mais recente do podcast ElesPOD. O ator, dançarino e poeta Karl Max e seu pai, o pesquisador Anildomá Willans, fizeram um forte questionamento à gestão municipal e à Fundação Cultural de Serra Talhada, presidida por Josenildo Barbosa. A principal reclamação gira em torno da ausência de programas de formação cultural e da falta de transparência na aplicação dos recursos federais destinados ao setor.

Karl Max, que iniciou sua trajetória artística aos 8 anos de idade, destacou a carência de oficinas e projetos culturais na cidade. “Nós não temos em Serra Talhada o desafio de qualquer pessoa mostrar algum programa, algum projeto de formação cultural mantido, criado ou gerido pela gestão municipal. Não tem. Você não vê uma oficina de dança, uma oficina de teatro, você não vê uma oficina de pintura, de desenho, de nada”, afirmou durante o podcast. Ele também lamentou a situação da Filarmônica da cidade , apontando dificuldades enfrentadas pelos músicos e atrasos nos pagamentos. “Você passa lá em frente e dá vontade de chorar”, desabafou.

Anildomá Willans, que é um dos fundadores do Museu do Cangaço e possui mais de cinco livros publicados sobre a cultura e a história do sertão, também expressou sua preocupação com o cenário atual. Ele e o filho integram o grupo de chachado Cabras de Lampião, que há 30 anos difunde a cultura sertaneja pelo Brasil e pelo mundo. O grupo, que já se apresentou em mais de 300 cidades e recentemente participou do Carnaval da Itália, enfrenta dificuldades para obter apoio institucional.

Além da falta de projetos de formação, Karl Max denunciou a ausência de transparência na gestão dos recursos federais destinados à cultura. “Os editais que foram publicados, as chamadas públicas que foram publicadas… A gente não sabe, por exemplo, quem são os pareceristas, quem foi que avaliou os projetos, quais foram os critérios de pontuação. Artistas com trajetória artística de notoriedade não foram contemplados, enquanto uma minoria acessou os recursos”, afirmou.

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