A Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE) deflagrou, na manhã desta terça-feira (17), a Operação Valatus, com o objetivo de desarticular um esquema de desvio de recursos públicos federais por meio de contratos firmados entre prefeituras do estado, uma organização da sociedade civil e empresas privadas. As investigações apontam para a utilização irregular desses contratos no fornecimento de mão de obra terceirizada, sobretudo na área da saúde.
A ação é conduzida pela Delegacia da PF em Caruaru, no Agreste pernambucano, e conta com o apoio técnico da Controladoria Geral da União (CGU). As investigações começaram a partir de indícios de irregularidades detectadas pela CGU durante o Programa de Fiscalização de Entes Federativos em Pernambuco.
De acordo com a PF, entre os anos de 2019 e 2024, a entidade investigada recebeu mais de R$ 662 milhões de diversas prefeituras pernambucanas, sendo que ao menos R$ 431 milhões têm origem em recursos federais. Os contratos investigados têm como objeto principal o fornecimento de mão de obra para atuação em unidades de saúde.
“Os serviços supostamente prestados pelas investigadas eram, majoritariamente, de fornecimento de mão de obra para emprego na área de saúde”, informou a PF em nota oficial.
Mandados e medidas judiciais
A operação contou com 80 policiais federais e 8 servidores da CGU, que cumpriram 16 mandados de busca e apreensão nos municípios de Garanhuns, Caruaru, Terezinha e Bom Conselho, todos no Agreste do estado. As ordens judiciais foram expedidas pela 23ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco.
Além das buscas, a Justiça Federal determinou medidas cautelares, como a proibição de contato entre os investigados e a vedação de ausência da comarca de residência sem autorização judicial.
Durante as diligências, a PF divulgou imagens das ações em campo, que incluem a apreensão de documentos e objetos de valor, como relógios de luxo.
Crimes investigados
Os investigados poderão responder pelos crimes de:
-
Fraude em licitação,
-
Peculato (desvio de recursos públicos),
-
Organização criminosa, e
-
Lavagem de dinheiro.
Somadas, as penas podem ultrapassar 20 anos de prisão.
Valatus
O nome da operação, Valatus, faz referência à maneira como o grupo atuava. Segundo a PF, os investigados realizavam suas atividades de forma “aparentemente velada, encoberta, escondida”, dificultando a detecção dos ilícitos.
As investigações seguem em curso para aprofundar a identificação dos beneficiários do esquema e o destino dos recursos desviados.
Related posts
Publicidade
Buscar
Outras Notícias
Siga nossas redes