O vereador André Maio protagonizou um dos discursos mais contundentes da sessão ordinária da Câmara Municipal de Serra Talhada nesta terça-feira (8). Em sua fala, ele direcionou críticas duras à presidência da Autarquia Educacional de Serra Talhada (AESET), especialmente ao diretor-presidente da FAFOPST, Cosme Medeiros, após virem à tona gastos que ultrapassam R$ 42 mil em diárias de viagens em 2023.
“Não justifica! Eu não posso gastar um valor com um aluno de Bernardo Vieira, que sofre como eu sofri, lá de Água Branca, mas posso gastar R$ 50 mil com viagens do gestor da FAFOPST?”, questionou Maio, visivelmente indignado.
Segundo dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a AESET gastou R$ 78.305 em diárias no ano passado, sendo R$ 42.750 desse total destinados a Medeiros. Para o vereador, os números são alarmantes, principalmente diante das dificuldades enfrentadas por estudantes da zona rural.
“A Faculdade de Medicina tá nadando em dinheiro”
Maio ainda afirmou que, em reunião realizada no ano passado, o próprio presidente da AESET declarou que, com a instalação da Faculdade de Medicina em Serra Talhada, a instituição “iria nadar em dinheiro”. “E está nadando em dinheiro, viu”? A gente quer saber onde tá esse dinheiro!”, disparou.
Ele anunciou que apresentará um requerimento cobrando todas as contas da FAFOPST. “Quero saber o que estão fazendo com o dinheiro. Essas viagens todas, pra quê? Se não responderem, a gente vai por meio judicial”, avisou.
Desabafo: projeto de cursinho gratuito vetado pela prefeitura
Durante o discurso, o vereador também se queixou do veto da prefeita Márcia Conrado (PT) a um projeto de sua autoria, aprovado por unanimidade na Câmara, que previa a criação de um cursinho online gratuito para jovens carentes da cidade.
“Aprovado por todos os vereadores. Um projeto que autoriza a criação e fornecimento de curso público de pré-vestibular e preparatório para concursos públicos na modalidade online. Gratuito! Não ia gastar nada. Já tem os professores da rede, já tem escola nos distritos, já tem associação com internet”, explicou Maio.
Ele ainda lembrou que votou a favor de um projeto enviado pela própria prefeita que autorizava o trabalho remoto no serviço público, e questionou a incoerência da gestão: “Quando é pra autorizar trabalho em casa, tudo bem. Mas quando é pra oferecer educação a quem mais precisa, vetam?”
A proposta do vereador incluía parcerias com associações comunitárias para viabilizar internet em locais onde ela não está disponível, garantindo acesso ao cursinho tanto na zona rural quanto na urbana. “Vemos esse veto com tristeza. A gente luta por educação, por igualdade, e quando tem a chance de avançar, vetam. Sem educação não chegamos a lugar nenhum”, lamentou.
O discurso de Maio pode abrir uma crise dentro da base governista e levanta sérios questionamentos sobre as prioridades da gestão municipal e da direção da autarquia educacional.
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