A matéria de capa da revista Veja, divulgada na sexta-feira (22), trouxe à tona uma séria acusação envolvendo o deputado Felipe Carreras, do PSB de Pernambuco, que atua como relator da CPI das Apostas Esportivas.
Conforme relato da revista, assinado pelo jornalista Daniel Pereira, o presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias, Wesley Cardia, teria sido abordado pelo parlamentar pernambucano no Salão Verde da Câmara. Supostamente, Carreras teria solicitado a quantia de R$ 35 milhões em troca de “ajuda e proteção”.
De acordo com a Veja, no final de agosto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi alertado por um membro de sua equipe sobre a alegada solicitação de R$ 35 milhões feita por um deputado federal da base governista a uma associação representante de empresas de apostas. O pedido vinha acompanhado de duas contrapartidas: a defesa dos interesses dessas empresas na regulamentação do setor e a garantia de que a CPI das Apostas Esportivas, em andamento na Câmara dos Deputados, não criaria obstáculos para seus associados. Dada a importância da regularização das empresas e de um ambiente transparente para a arrecadação de impostos pelo governo, o ministro solicitou a um grupo seleto de parlamentares que se mantivessem atentos aos trabalhos da CPI, com o objetivo de evitar pressões indevidas ou alegados atos de extorsão contra as chamadas casas de apostas, o que poderia afastá-las do mercado brasileiro.
Em resposta às acusações, o deputado Felipe Carreras, líder do PSB e membro do partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, admitiu ter se reunido com Wesley Cardia. No entanto, ele enfaticamente negou ter solicitado propina, repetindo por três vezes consecutivas que “nunca” fez tal pedido a Cardia ou a qualquer associado das entidades envolvidas. Carreras defendeu-se, classificando as alegações como uma “grande injustiça” contra sua pessoa.