Uma comitiva de deputados visitou, nesta quarta (14), o Hospital da Polícia Militar, no bairro do Derby, área central do Recife. A ação foi motivada por denúncias de falhas na prestação de serviços a policiais, bombeiros e seus dependentes. As reclamações incluem desde questões na infraestrutura, como vidros quebrados, mofo e pisos deteriorados, até a falta de medicamentos, insumos e consultas médicas.

Os parlamentares foram recebidos pelo comandante geral da PMPE, Coronel Ivanildo Torres, que afirmou que o hospital é uma retaguarda essencial para a tropa. Durante a visita, o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), observou que, apesar de algumas áreas recém-pintadas, os problemas persistem.

“Houve um mutirão após o anúncio da visita, mas ainda há equipamentos amontoados. Disseram que estavam liberando R$ 60 milhões a partir de hoje para o setor de oncologia começar a funcionar. Mas falta parecer da PGE (Procuradoria-Geral do Estado) para que haja pagamento de medicamentos”, disse.

O deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) destacou que policiais chegaram a ser atendidos no Hospital da Restauração devido à incapacidade da unidade da PM de recebê-los. “Diversas reclamações foram feitas nas redes sociais, com imagens de policiais no chão da Restauração, porque o Hospital da Polícia não teve condição de recebê-los. O policial paga por esse serviço”, ressaltou.

Falta de investimentos

Presidente da Comissão de Segurança Pública da Alepe, o deputado Joel da Harpa (PL) apontou que o hospital, com 82 anos de funcionamento, precisa de reformas urgentes. Também reconheceu que os setores de oncologia e raio-x têm deficiências

“Houve avanços pontuais. A direção do hospital está muito comprometida com a melhoria. Há uma sinalização também de um aporte maior do Poder Executivo”, explicou ele, apontando que o último concurso para o quadro de pessoal foi há 18 anos.

Dificuldades

A professora aposentada Iandecy Ribeiro, paciente de oncologia no Hospital da PM desde 2017, criticou a falta de especialistas. Ela estava na unidade tentando marcar uma consulta de acompanhamento.

“Eram três oncologistas que atendiam aqui e agora está sem oncologista. Não tem previsão nenhuma. Eu estou sem rumo”. Ela ainda reclamou que o medicamento aplicado a cada seis meses para evitar complicações ósseas está em falta.

Acompanharam a visita ainda os deputados Abimael Santos (PL), Cayo Albino (PSB) e Junior Matuto (PSB), além do deputado federal Coronel Meira (PL-PE).

O sistema de saúde dos militares foi tema de audiência na Alepe em novembro de 2024. O debate foi realizado pela Comissão de Saúde e pela Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental dos Pernambucanos.