A nomeação do advogado Virgílio Oliveira para a administração de Fernando de Noronha, feita pela governadora Raquel Lyra (PSD) no fim de março, ainda está travada na Assembleia Legislativa de Pernambuco. O prazo para sabatina do indicado expirou em 22 de abril, mas o tema segue sem previsão de votação.

Nesta terça (24), a deputada Socorro Pimentel (União Brasil) circulou com Virgílio pelos corredores da Alepe numa tentativa de destravar o processo. Apesar do gesto, o impasse continua. Parlamentares ouvidos nos bastidores afirmam que não há objeções pessoais ao nome — Virgílio é filho do deputado federal Waldemar Oliveira — mas a pauta está travada por motivos políticos e orçamentários.

Deputados da oposição relacionam a lentidão à falta de pagamento das emendas parlamentares. Em 2024, dos R$ 81,2 milhões previstos em emendas impositivas, apenas R$ 31 milhões foram empenhados; R$ 8,5 milhões liquidados e R$ 6,6 milhões pagos, o que representa menos de 10% do total.

O presidente da Comissão de Justiça, Alberto Feitosa (PL), é categórico: “Não se trata da pessoa indicada, mas da postura do governo. Cobra celeridade, mas não cumpre os compromissos”. Ele já avisou que o nome não entrará em pauta na próxima reunião da comissão.

Mesmo parlamentares próximos ao governo, como Luciano Duque (Solidariedade), têm defendido que o assunto vá a plenário. “Coloca para votar e pronto. A maioria decide. Isso é o mínimo de maturidade política”, disse.

O clima de insatisfação se estende também ao pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão feito pelo governo estadual. O recado da oposição é claro: sem liberação das emendas, não há avanço nas votações.

Por: Júnior Campos, com informações, de Betânia Santana.