Durante a abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa de Pernambuco, uma bomba explodiu nos corredores do poder. Um áudio vazado revelou o presidente da Assembleia, Álvaro Porto (PSDB), proferindo críticas contundentes contra a governadora Raquel Lyra (PSDB), que também comanda o Executivo pernambucano.
Em um dos trechos da gravação, Porto afirmou que Raquel “conversou merda demais e não disse nada”. O conteúdo do áudio se espalhou rapidamente, sendo reproduzido por diversos blogs e portais, gerando um clima de tensão nos bastidores políticos do estado.
Diante da repercussão, a governadora Raquel Lyra enviou uma nota à imprensa repudiando veementemente a atitude de Álvaro Porto. Ela classificou as declarações do presidente da Assembleia como “lamentáveis” e incompatíveis com o cargo que ele ocupa.
“Avalio que é algo lamentável a ser dito pelo presidente de um Poder. Fiz questão de estar na Assembleia, com todo o meu time de Governo, para agradecer a Assembleia Legislativa pelo ano que passou porque aprovamos, com muito diálogo, de maneira conjunta, os projetos enviados. É um ato lamentável de violência política o que se passou, às vezes é em gestos, em atitudes, em ações e hoje foi em voz”, declarou a governadora.
Lyra destacou que o episódio vai além de uma simples discordância política, evidenciando a violência simbólica que as mulheres enfrentam nos espaços de poder.
“Lamento porque isso não está à altura do que Pernambuco representa, um diálogo fora de propósito, e revela o que uma mulher sofre nos espaços de poder. Não baixo a cabeça pelas adversidades que se colocam, tudo que eu gostaria é que possamos ser respeitados pelos cargos que ocupamos e que a população possa nos julgar pelas ações do nosso Governo”, concluiu a governadora Raquel Lyra.
O escândalo promete abalar as estruturas políticas do estado, colocando em xeque a relação entre os líderes do mesmo partido e levantando questionamentos sobre a dinâmica de poder na Assembleia Legislativa de Pernambuco.