O aniversário da prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado, nesta segunda-feira (2), foi marcado por uma enxurrada de felicitações públicas em seu Instagram. Dentre as diversas manifestações, chamaram atenção os recados carinhosos de lideranças políticas de expressão nacional e estadual, como o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão, ambos do PT, o presidente da Sudene, Danilo Cabral, além dos deputados federais Pedro Campos (PSB) e Fernando Monteiro (REP). Também prestaram homenagens o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, e diversos secretários e vereadores da base aliada.

Mas, tão notável quanto as presenças, foram as ausências. A começar pelos irmãos Waldemar Oliveira, deputado federal, e Sebastião Oliveira, ex-deputado federal e presidente estadual do Avante. Nenhum dos dois se manifestou nas redes sociais da prefeita, nem houve qualquer felicitação pública ao longo do dia. O silêncio do grupo é sintomático. Afinal, o Avante foi peça central na reeleição de Márcia Conrado em 2024, tendo papel decisivo na costura da aliança que garantiu sua vitória nas urnas.
A ausência pública dos irmãos Oliveira reforça os rumores de que a relação com a prefeita vem se desgastando. Um dos principais pontos de tensão seria a pré-candidatura do esposo de Márcia, Breno Araújo (PSB), a deputado estadual. O movimento é visto como tentativa da prefeita de construir um novo eixo de poder regional.
Mas não parou por aí. Outro silêncio que chamou atenção foi o da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), que também não registrou nenhuma mensagem de parabéns à prefeita. A ausência de um gesto simbólico da governadora evidencia o distanciamento crescente entre as duas.
Márcia apoiou Raquel no segundo turno da eleição de 2022 em Serra Talhada, mas desde então, a relação se fragilizou. O ponto de inflexão teria sido a ampliação do espaço político do deputado estadual Luciano Duque (SD) no governo estadual, especialmente com a nomeação do filho dele, Miguel Duque, para a presidência do IPA. Luciano é o principal adversário político de Márcia na cidade, e Miguel Duque chegou a disputar a prefeitura contra ela em 2024 — uma disputa que terminou com a vitória da prefeita.
O gesto — ou melhor, a falta dele — por parte da governadora joga mais luz sobre os sinais de isolamento político que Márcia Conrado vem enfrentando, mesmo após a reeleição. Em política, ausência também fala. E, no caso da prefeita, o silêncio dos que antes estavam ao lado dela começa a dizer muito.
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