Parlamentares da oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiram com críticas àindicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), formalizada nesta segunda-feira (27) pelo Palácio do Planalto.

Para a oposição, Dino atuou para obstruir os trabalhos da CPMI do 8 de Janeiro, no Congresso Nacional, e terá uma atuação política caso ingresse no Supremo.

Senadores contrários à indicação irão traçar estratégias para tentar barrar o nome do ex-governador maranhense. Eles tentarão, por exemplo, obstruir a sabatina de Dino na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por onde o indicado deve passar antes de ter seu nome apreciado pelo plenário da Casa.

Reações

Nas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que Flávio Dino é a favor “do aborto, de liberar drogas, desdenha do Parlamento, entra sem a Polícia em local dominado pelo tráfico no Rio de Janeiro”. Também lembrou que assessores do ministro receberam a esposa de um líder do Comando Vermelho, conhecida como “dama do tráfico”.

Já o líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), afirmou que o governo Lula “perdeu todo o pudor” com a indicação de Dino que, segundo ele, “não é um advogado notável e sua indicação é estritamente política”.

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) também questionou a parcialidade da indicação. “Dino era magistrado e virou político. Agora quer voltar à magistratura? Será capaz de agir de forma justa, imparcial e diligente?”, escreveu.

Já outros senadores, como Izalci Lucas (PSDB-DF), questionaram a postura de Flávio Dino junto à CPMI dos atos de 8 de janeiro, em que o ministro não enviou as imagens do circuito interno do Ministério da Justiça após solicitação da Comissão. Dino afirma que os vídeos foram apagados pela prestadora do serviço.

“O ministro, durante mais de um mês, deu uma enrolada na CPMI, dizendo que só poderia mandar se tivesse autorização do Supremo. E, por incrível que pareça, o Supremo determinou a entrega, e ele simplesmente não encaminhou, e fica por isso mesmo. Agora, eu fico imaginando uma pessoa como essa no Supremo Tribunal Federal, com mandato vitalício e com o perfil que ele tem”, disse Izalci no plenário do Senado, nesta segunda (27).

Fonte: Isto É