Apesar da aprovação do polêmico Projeto de Lei nº 025/2025, que trata das diretrizes do saneamento básico em Serra Talhada, o silêncio de um aliado chamou mais atenção do que muitos discursos inflamados. O vereador China Menezes, eleito na base governista, foi um dos quatro parlamentares que votaram contra o projeto — ao lado de André Maio, Antônio Antenor e Lindomar Diniz.

Na Câmara de Serra Talhada, os vereadores que votam contra um projeto ficam de pé. E mesmo sem dizer uma palavra na tribuna, China se levantou, marcando sua posição contrária ao PL. Foi um gesto silencioso, mas eloquente — e que reverberou com força nos bastidores políticos do município.

O voto contrário de China reforça um clima de divisão interna no grupo político da prefeita Márcia Conrado. Mesmo ainda sentado ao lado dos vereadores da situação, China tem dado sinais cada vez mais claros de afastamento. Recentemente, declarou apoio ao deputado estadual Luciano Duque, ex-prefeito e principal adversário político da prefeita na cidade. A tensão política cresce ainda mais com o lançamento da pré-candidatura do esposo de Márcia, Dr. Breno, à Assembleia Legislativa.

Enquanto a prefeita tenta costurar alianças – fora do território local – para consolidar a base de apoio ao projeto político do marido, o desafio maior parece ser justamente manter unida a própria base que a elegeu. O posicionamento de China Menezes mostra que esse não será um caminho fácil. Outros vereadores, como Clenio Melo, e lideranças como seu pai, o ex-vereador Agenor de Melo, também têm se mostrado distantes das decisões mais estratégicas do governo.

O gesto de China — o silêncio na tribuna seguido do voto contrário em pé — falou mais alto que qualquer discurso: evidenciou um racha no bloco governista e lançou dúvidas sobre a fidelidade de aliados de Márcia Conrado no parlamento.