A Câmara de Vereadores de Serra Talhada vai votar, na sessão ordinária desta terça-feira (13), o Projeto de Decreto Legislativo nº 010/2025, de autoria dos vereadores de oposição Lindomar Diniz e Antônio de Antenor. A proposta concede o título de cidadã serra-talhadense à governadora Raquel Lyra (PSD) e chega ao plenário em um momento de profundas reconfigurações políticas na Capital do Xaxado..
O gesto, escancara uma disputa de bastidores que tem ganhado força nos últimos meses. Nas eleições de 2022, a prefeita Márcia Conrado (PT) apoiou Raquel no segundo turno, enquanto o grupo de oposição, liderado pelo deputado estadual Luciano Duque, caminhou com Marília Arraes. Hoje, o cenário é outro: Luciano se tornou aliado direto da governadora, e seu filho, Miguel Duque, ex-adversário de Márcia nas urnas, foi nomeado presidente do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco).
A guinada gerou reações no bloco governista. O líder do governo na Câmara, vereador Gin Oliveira, e a própria mãe da prefeita, a vereadora Alice Conrado, têm adotado um discurso cada vez mais crítico à governadora durante as sessões. Em uma das falas mais duras, Alice chegou a dizer que Raquel Lyra “não tem compromisso com ninguém”, deixando claro o rompimento político e a insatisfação do grupo com os rumos do governo estadual.
Nesse contexto, a votação do título à governadora se transforma em um momento simbólico e revelador. A proposta vinda da oposição representa mais que uma honraria: é um gesto de aproximação com Raquel, que pode colocar os vereadores governistas contra a parede. Votar a favor seria contradizer o discurso recente; votar contra, confirmar o afastamento político.
A movimentação também alimenta especulações sobre o futuro político da prefeita Márcia Conrado, que se mostra inclinada a apoiar João Campos (PSB) em uma eventual candidatura ao Governo do Estado em 2026.
A sessão desta terça-feira deve jogar luz sobre esse novo cenário de alianças e tensões. A Câmara, mais uma vez, será o palco onde se revelam os bastidores do poder em Serra Talhada.
Título a Raquel Lyra pode expor de vez crise entre governo Márcia e Palácio do Campo das Princesas
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