Durante sessão desta terça-feira (17), na Câmara Municipal de Serra Talhada, o vereador André Maio (Avante) fez um discurso contundente contra a falta de atenção do Governo do Estado com o município. Em tom crítico, ele voltou a cobrar a instalação de um Instituto de Medicina Legal (IML) na cidade, além de ações mais efetivas para a segurança das mulheres.

“A população de Serra Talhada não pode escutar só quem arrumou o emprego A, B, a nora, o padrinho. A população foi colocada à leilão”, afirmou o parlamentar, ao denunciar o loteamento político de cargos públicos.

Para ele, a ausência do IML é um descaso com a estrutura de saúde e segurança. “Todos os vereadores aqui lutam por isso. Como é que eu faço parte do governo e não tem um IML? Temos faculdade de medicina, temos UPAE, que foi trazida por Sebastião Oliveira, quando ainda era deputado estadual. E agora, cadê a força política do governo?”.

Ao citar um episódio de violência ocorrido em Vila Bela, André ressaltou a necessidade de uma delegacia da mulher mais estruturada e não poupou críticas à governadora Raquel Lyra. “A delegacia da mulher em Serra Talhada é tão importante, principalmente diante de casos como o que vimos em Vila Bela. E a gente não tem força para pedir à governadora, que inclusive é delegada?”.

André Maio fez essas cobranças mesmo tendo como presidente estadual do seu partido, o Avante, Sebastião Oliveira, que hoje integra a base de apoio da própria governadora Raquel Lyra (PSD). A contradição chama atenção e reforça o tom de independência assumido por André, que declarou não pertencer nem à oposição nem à situação.

“Sou independente mesmo. Falo o que o povo me pede pra falar”, frisou.

Na reta final do discurso, o vereador também mirou críticas ao deputado estadual Luciano Duque, ao afirmar que o parlamentar votou contra a proposta de isenção do IPVA para motos de até 170 cilindradas, ainda em fase de tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco.

“Nosso deputado votou contra na comissão. Isso prejudica diretamente os mototaxistas, que vivem ralando, sofrendo. No Paraná, já é realidade”, criticou André, cobrando mais sensibilidade dos representantes do Sertão.