Após intensas discussões e controvérsias, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) demonstrou sua habilidade em encontrar uma solução para evitar atritos. Foi constituída uma chapa de consenso para eleger a nova Mesa Diretora, aproveitando a autorização da própria Casa para antecipar o processo eleitoral.

O atual presidente, Álvaro Porto, e o 1º secretário, Gustavo Gouveia, serão reconduzidos aos seus cargos. Francismar Pontes e Diogo Moraes ocuparão as posições de 1ª e 2ª vice-presidentes, enquanto Claudiano Martins, Romero Sales e Alberto Feitosa assumirão as funções de secretários.

Ontem, segunda (13), Antônio Moraes (PP), usou a tribuna para questionar a aprovação da resolução que possibilita a antecipação da data de eleição da Mesa Diretora. Presidente da Comissão de Justiça, o deputado lamentou que o Colegiado tenha aprovado a nova regra e uma Proposta de Emenda à Constituição em reunião que não contou com a presença dele. Na ocasião, o parlamentar estava representando a Alepe no Vaticano, onde a Orquestra Criança Cidadã fez uma apresentação para o papa Francisco.

Moraes afirmou não ser contra a reeleição de qualquer colega da Casa, mas opinou que as alterações no Regimento Interno merecem maior reflexão por parte dos membros do Parlamento. “O presidente sabe que todas as vezes que ele me procurou eu atendi fazendo o que era possível para que a gente pudesse agilizar as votações desta Casa. Mas entendo que, no momento em que a gente fala tanto em valorização do Poder Legislativo, é preciso também que a gente respeite o Regimento Interno”, avaliou.

Líder da Oposição, Dani Portela (PSOL) fez observações no mesmo sentido, mas em relação à Comissão de Justiça, presidida por Moraes. Segundo ela, o colegiado também teria descumprido prazos regimentais para aprovar projetos do Poder Executivo. “Os poderes devem funcionar de maneira harmônica, mas independentes entre si. O nosso movimento é por uma Alepe que seja forte, autônoma, independente e que respeite o voto que trouxe cada deputado e deputada aqui”, ponderou.

Segundo as normas anteriores, a eleição ocorreria somente entre 1º de dezembro de 2024 e 1º de fevereiro de 2025. Moraes era visto como o candidato natural para suceder Porto, devido à sua trajetória na Casa, desempenho na CCLJ e, principalmente, lealdade à governadora.

Ontem, Moraes também criticou Diogo Moraes e João de Nadegi, que apresentaram emenda e projeto de resolução para alterar o regimento. Ambos foram aprovados por unanimidade, em consonância com os demais membros. Além disso, Moraes expressou sua insatisfação porque o líder do Governo, Izaías Régis, e o vice-líder, Joãozinho Tenório, votaram a favor da antecipação.